Corregedor ouve nesta segunda assessor que teria recebido lista do painel
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), ouvirá nesta segunda-feira (dia 23), a partir das 16h, o funcionário Domingos Lamoglia Dias, assessor do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Conforme a ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados (Prodasen), Regina Célia Peres Borges, ela entregou ao assessor de Arruda a lista com os votos secretos dados na sessão que cassou o mandato do então senador Luiz Estevão, em 28 de junho do ano passado. Antes do depoimento da ex-diretora, Domingos Lamoglia divulgou uma nota à imprensa sustentando que nunca recebeu tal lista.
No dia seguinte, terça-feira (dia 24), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouvirá os depoimentos de Domingos Lamoglia e de outros três funcionários do Prodasen envolvidos no episódio que resultou na violação dos computadores do painel eletrônico de votações do Senado. Sebastião Gazola, da empresa Panavídeo, que prestava assistência técnica ao painel, também será ouvido nesse dia. Os outros três são Ivar Alves Ferreira, marido da ex-diretora e funcionário do Prodasen, Heitor Ledur, que operava os computadores do painel, e Hermilo Gomes da Nóbrega, também funcionário do Prodasen e responsável pelos computadores.
Os quatro depoimentos ao Conselho começarão às 17h e não têm horário para terminar, numa reunião que será aberta, podendo ser transmitida por emissoras de rádio e de televisão. Já o depoimento da véspera, de Domingos Lamoglia ao corregedor Romeu Tuma, deve ser feito a portas fechadas. Tuma foi encarregado pelo presidente do Senado, Jader Barbalho, de auxiliar o Conselho de Ética em suas investigações. O corregedor tem assento no Conselho.
O Conselho de Ética foi acionado para investigar se o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) feriu o decoro parlamentar numa conversa que manteve com três procuradores da República, no início de fevereiro passado. Conforme a revista IstoÉ, na conversa Antonio Carlos teria afirmado que possuía a lista com os votos da sessão secreta que cassou o ex-senador Luiz Estevão. O procurador Luiz Francisco de Souza gravou a conversa e uma cópia da fita acabou nas mãos da revista. Jornalistas da IstoÉ e os três procuradores já depuseram ao Conselho de Ética.
Ao mesmo tempo, uma comissão interna de investigação, auxiliada por peritos da Universidade de Campinas, concluiu que o painel havia sido fraudado no dia da cassação. A ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges confirmou ao Conselho de Ética, na última quinta (dia 19), a violação do painel e apontou o senador José Roberto Arruda como a pessoa que pediu a lista secreta dos votos, a pedido do então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães. Arruda e Antonio Carlos Magalhães já foram convidados a depor no Conselho, o que deverá ocorrer ao final das investigações.
20/04/2001
Agência Senado
Artigos Relacionados
Conselho de Ética e corregedor ouvem nesta quinta ex-diretora do Prodasen e assessor de Arruda
Corregedor ouve Cláudio Gontijo nesta terça-feira
Conselho de Ética ouve nesta terça funcionários do Prodasen e assessor de Arruda
Depoimento de ex-assessor de Suassuna é pouco consistente, diz corregedor
Corregedor convoca para depoimento ex-assessor que denunciou Camata
Diretor-geral contesta notícia de que teria recebido retroativo de vencimentos