COUTINHO DESTACA CONVÊNIO CULTURAL ENTRE PAÍSES DO MERCOSUL



Na abertura do IV Encontro de Legisladores do Parlamento Cultural do Mercosul (Parcum), o senador Coutinho Jorge (PSDB-PA) afirmou hoje (dia 27) que a integração cultural é pré-requisito para que haja a integração política e econômica dos países da região. Como representante do presidente do Parlamento Latino Americano (Parlatino), o senador destacou a assinatura de convênio, hoje, às 15 horas, entre essa entidade e o Parcum. Este é um dos itens do Encontro, que se encerrará amanhã (dia 28).

Conforme Coutinho Jorge, o convênio destinado a promover a integração da educação e da cultura dos países latino-americanos contará com a participação da Unesco e com recursos do Bird. O encontro teve o apoio da Comissão de Educação do Senado e da Comissão de Educação Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados (Cect), onde está se realizando.

A senadora Emília Fernandes (PDT-RS), integrante da Comissão de Educação do Senado, defendeu a importância do aprimoramento educacional e a valorização da cultura como pré-condição "para as nações avançarem realizando as transformações necessárias na busca da justiça e do desenvolvimento dos seus povos".

O presidente do Parcum, senador argentino Carlos de la Rosa, chamou a atenção para a necessidade do respeito às culturas regionais, sobretudo dos países de menor desenvolvimento tecnológico, em face do processo de globalização. Ele entende que o mercado, tão prestigiado com o advento da internacionalização econômica, deve considerar a "importância vital" das características específicas de cada nação. "A unidade dos países passa pelo respeito à língua, à religião e às artes, em uma palavra, à cultura de seu povo", defende de la Rosa.

Ponto de vista semelhante foi defendido pelo vice-presidente da entidade, o senador paraguaio Secundino Nuñez, para quem só a valorização do processo cultural "permitirá que o homem se torne cada vez mais homem, dia após dia, pois esse é o sentido da História". Já o deputado chileno Roberto Muñoz Barra, que também integra o colegiado, afirmou que "os povos que não conservarem sua cultura deixarão de ser independentes".

O Brasil, de acordo com o presidente da Cect, deputado José Jorge, é quem mais tem a lucrar com a realização do evento. Dados divulgados por instituições internacionais informam que, entre os países do Mercosul, os brasileiros são os que detêm os mais altos índices de analfabetismo, lembrou. Para ele, não há outro caminho senão o da aproximação cada vez maior entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, assim como dos demais países sul-americanos. O deputado destacou "o portunhol" como um esforço espontâneo dos povos dessa região em busca do entendimento.

- Não devemos esquecer que a hegemonia do aprendizado da língua inglesa vem cedendo porque no Brasil cresce o número de estudantes das escolas públicas que estão aprendendo espanhol, enquanto nos demais países vai aumentando o interesse pelo português - afirmou.

Conforme a pauta preparada pelos integrantes do encontro, destacam-se a elaboração de uma estrutura jurídica institucional do Parcum e sua relação com organismos internacionais. Por sua vez, caberá ao Brasil desenvolver aspectos de sua contraproposta à criação de um Fundo de Financiamento à Cultura no Mercosul.



27/05/1998

Agência Senado


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