CPI da Exploração Sexual: situação no Rio é grave
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investiga redes de exploração sexual de crianças e adolescentes ouviu em reunião secreta nesta quarta-feira (23) três promotores e um delegado do Rio de Janeiro. Os convidados relataram aos senadores o conteúdo de levantamento produzido pelo Ministério Público Estadual, segundo o qual o Rio de Janeiro foi dividido por quadrilhas formadas por policiais, empresários e taxistas que exploram sexualmente meninos e meninas.
A presidente da comissão, senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), afirmou que a situação do Rio é extremamente grave e preocupante. Segundo a presidente da CPI, crianças vêm sendo oferecidas ao preço de R$ 1,99 por programa na Zona Oeste da cidade. Estiveram presentes na reunião os promotores João Magno Reis Vidal, Hedel Nara Júnior e Márcio Almeida, do Ministério Público do Rio de Janeiro, e o delegado da Polícia Federal Marcelo Bertolucci.
De acordo com a relatora da comissão, a deputada Maria do Rosário (PT-RS), o grande destaque da reunião foi o de demonstrar a importância do trabalho conjunto entre a CPI e o Ministério Público. -A atuação do Ministério Público se potencializa com a ação da CPI-, disse Rosário.
No último dia 10 de julho, as deputadas Maria do Rosário e Laura Carneiro (PFL-RJ), também integrante da comissão, realizaram diligências na cidade do Rio de Janeiro com o objetivo de apurar as denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual. Depois disso, foi criada uma força tarefa para dar continuidade às investigações no estado.
A CPI aprovou nesta quarta-feira, segundo Maria do Rosário, requerimentos determinando a realização de duas diligências em outros estados. Serão visitados por membros da comissão o Pará e o Rio Grande do Sul. Maria do Rosário destacou que, nas últimas três semanas, houve três mortes de crianças violentadas no Rio Grande do Sul.
A relatora informou que há ainda na pauta da comissão requerimentos a serem examinados. Um pede a presença do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, na CPI para falar sobre turismo sexual. O outro prevê audiência com a ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, para avaliar a atuação do programa Sentinela, que auxilia crianças exploradas sexualmente.
23/07/2003
Agência Senado
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