PAULO GUERRA DIZ QUE PROVÃO REVELA SITUAÇÃO GRAVE NO ENSINO
O resultado do exame de avaliação das universidades brasileiras, o chamado Provão, "revela uma radiografia triste e um diagnóstico grave" da situação educacional no país, afirmou nesta sexta-feira (dia 11), em plenário, o senador Paulo Guerra (PMDB-AP). Mas os resultados do Provão não devem desalentar as autoridades, observou, que precisam adotar mecanismos de melhoria do ensino e garantir, para isso, recursos previstos na Constituição para a educação.Citando artigo do professor Laélio Diniz Guimarães, publicado no "Correio Braziliense" sob o título "Fantasia ou Realidade", o senador disse que concorda com suas idéias sobre o Provão. Diz um dos trechos do artigo:Vamos crucificar as universidades? São elas as únicas culpadas desse transe consciente do descaminho do ensino brasileiro? Não, obviamente não. O governo também tem sua mea-culpa, originada nos meandros das políticas econômicas onde a educação submerge sob o peso dos déficits públicos, dívidas internas e externas e controles monetários.Em outro trecho do artigo, lido pelo senador, o professor diz:- Falta um terceiro e importante parceiro que também detém parcela de responsabilidade no contexto das dificuldades do ensino brasileiro. O aluno. O seu silente comportamento, o fechar de seus olhos a essa deterioração crescente colabora para que o nosso país viva momentos de angustiante preocupação e de incertezas quanto ao futuro da educação brasileira.O senador transcreve outra parte do artigo em que o professor considera que é nessa engrenagem, "cujo valor residual é praticamente marginal", que se deve entender o Provão. O resultado do Provão, acrescenta o artigo, não pode servir, simplesmente, para massacrar as instituições de ensino, pois isso seria apenas um "simples espetáculo de mercado que se perde no vazio do tempo".Paulo Guerra acrescentou que seria inócuo, portanto, considerar a finalidade última do Provão como instrumento para a organização de um ranking das instituições de ensino superior.
11/12/1998
Agência Senado
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