CPI deve tomar depoimento de 24 pessoas a respeito de rede de pedofilia do Amazonas



A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia está no Amazonas para realizar, nestas segunda e terça-feiras (29 e 30), diligências e audiências públicas para investigar denúncias de práticas de abusos e exploração sexual de crianças e adolescentes na capital e no interior do estado, como a rede desbaratada pela Operação Vorax, feita pela Polícia Federal em 2008. Segundo disse o presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), à Agência Senado, devem ser ouvidas 24 pessoas nestes dois dias.

O senador apontou o sentimento de impunidade existente na sociedade amazonense, devido ao fato de todos os presos preventivamente pela Polícia Federal, no ano passado, já estarem fora da cadeia.

Como parte das investigações, detalhou o parlamentar, na manhã desta segunda-feira a CPI ouviu várias testemunhas, como o pai de uma das jovens vitimadas, que explicaram o funcionamento da rede de pedofilia. Uma agência de modelos que recrutava adolescentes era o disfarce usado. No esquema também havia uma clínica de aborto, que fazia intervenções utilizando medicamentos quando as jovens engravidavam. A CPI ouviu o depoimento do pai do dono da instituição clandestina.

- Há uma perícia dando conta de que tudo era ilegal nessa clínica - disse o senador.

O caso envolve empresários, autoridades e políticos da região. De acordo com Magno Malta, o prefeito do município de Coari, Adail Pinheiro, é um dos principais envolvidos. Na manhã desta segunda-feira, um ex-assessor de Pinheiro foi ouvido. Seu depoimento foi tão contundente que se discute a possibilidade de beneficiá-lo com a delação premiada, informou o parlamentar. Devem ser ouvidos ainda uma delegada que investiga o caso e os donos da suposta agência de modelos.

Na terça-feira, a CPI se deslocará para Coari, quando serão ouvidos o presidente da Câmara Municipal e o prefeito do município que, por meio de agenciadores, aliciava jovens. Requerimento aprovado pela CPI em dezembro de 2008 pede que se ouça o prefeito, acusado de violência sexual contra uma adolescente de 12 anos. A mãe da adolescente, segundo o documento aprovado, também teria informado à PF que estaria sendo ameaçada por autoridades de Coari e pressionada a retirar as acusações.

29/06/2009

Agência Senado


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