CPI do Futebol envia à Câmara os documentos que comprometem Eurico



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no futebol aprovou, nesta quarta-feira (dia 22), o envio à Câmara dos Deputados de todos os documentos relacionados ao presidente do Vasco da Gama e deputado federal Eurico Miranda. Coletados pela CPI, os documentos, conforme observação do relator, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), servem de subsídios para um possível processo por quebra de decoro parlamentar contra Eurico Miranda. A CPI do Futebol aprovou ainda outros 15 requerimentos de autoria do senador Geraldo Althoff.

Foram solicitadas cópias de todos os contratos firmados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a partir de 1994, além das planilhas de registro das viagens aéreas no Brasil e no exterior no mesmo período. Nas planilhas devem constar o nome do viajante, o trajeto e o valor pago pela CBF. Para a CPI é necessário que a entidade encaminhe também os comprovantes de despesas com hospedagens e outros gastos com a acomodação das delegações e participantes do Campeonato Mundial de Clubes, realizado no ano 2000.

- Impressiona o fato de as receitas da CBF serem insuficientes para fazer face aos compromissos da entidade - disse Geraldo Althoff, destacando o fato de a CBF contar com o patrocínio da Ambev e da Nike.

Althoff explicou que sua linha de investigação pretende averiguar, desde logo, a possibilidade de a penúria financeira da CBF ter como causa o enriquecimento ilícito de seus dirigentes e funcionários.

A CPI confirmou sua agenda para setembro e outubro. Serão ouvidos Eurico Miranda, Ricardo Teixeira, o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, e o ex-presidente do clube carioca, Márcio Braga.

Em nota oficial, a CPI do Futebol repudiou as declarações do advogado da CBF, Luís Roberto Barroso, segundo as quais a comissão havia cometido uma inconstitucionalidade, tornando públicas informações de caráter sigiloso, relacionadas a Ricardo Teixeira. De acordo com a nota, sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro são crimes afetos à área pública, portanto perfeitamente relacionados à órbita de investigação constitucional do Senado Federal.

Ainda segundo a nota, não procede o argumento de que a CBF seria uma entidade privada e estaria fora da órbita de um CPI, já que, ao pronunciar-se a respeito, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legítimos os trabalhos da comissão.



22/08/2001

Agência Senado


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