CPI DO ROUBO DE CARGAS DEVE INTENSIFICAR AÇÕES NO SEGUNDO SEMESTRE



"O maior desafio da CPI é alcançar os receptadores das cargas roubadas, para assim interromper a ação da quadrilhas, altamente sofisticadas", afirmou o senador Romeu Tuma (PFL-SP), presidente da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito que investiga o roubo de cargas transportadas em rodovias, ferrovias e vias fluviais em todo país. Ele espera, agora no próximo semestre, juntamente com outros integrantes da CPI do Roubo de Cargas, visitar os vários estados da federação, onde a ocorrência deste tipo de crime é mais comum.
A CPI, que tem como relator o deputado Oscar Andrade (PFL-RO), já colheu depoimentos de 24 pessoas, algumas delas ouvidas em sigilo. Além de empresários do ramo de transportes, em sua maioria representantes de associações de transportadoras, foram ouvidos também os presidentes das principais corretoras de seguros atuando no setor de cargas, assim como o diretor da polícia rodoviária federal, Álvaro Henrique Vianna Novaes, o diretor do Departamento de Estradas e Rodagem, Genésio Bernadino de Souza, e o presidente do Instituto de Resseguros do Brasil. Em decorrência desses depoimentos, e também de iniciativas de parlamentares, já foram quebrados os sigilos bancário, telefônico e fiscal de mais de 30 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento com o crime organizado.
Entre os depoentes requeridos para o segundo semestre, estão o ministro da Justiça, José Gregori, o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, José Paulo Bisol, e os presidentes da Confederação Nacional de Transportadoras (CNT), Clésio Andrade, e da Associação Brasileira de Transportes de Cargas (ABTC). São aguardados também os depoimentos de pessoas notoriamente envolvidas com o crime organizado, algumas delas já investigadas pela CPI do Narcotráfico. Entre elas, o caminhoneiro José Méres, que está preso.
Instalada em 16 de maio de 2000, e com término previsto para o dia 8 de setembro, a CPI do roubo de cargas foi criada a partir do trabalho da CPI do Narcotráfico, que descobriu a relação existente entre o roubo de cargas, o narcotráfico e a lavagem de dinheiro. Atualmente, de acordo com informações levantadas por associações de empresas transportadoras de cargas, em todo Brasil ocorrem mais de 4 mil roubos de caminhões por ano, com prejuízos da ordem de meio bilhão de reais. As mercadorias mais visadas são cigarros, bebidas, alimentos, produtos eletrônicos e combustível. Apenas metade da carga transportada no país é segurada, diante do alto risco de extravio.

03/07/2000

Agência Senado


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