CPI pede quebra de sigilo fiscal e informações sobre empresas de Ricardo Teixeira



A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades no futebol brasileiro (CPI do Futebol) aprovou nesta quarta-feira (dia 4) quatro requerimentos de informações. Dois deles referem-se a empresas do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Os outros dois pedem informações sobre o relacionamento entre a CBF e o Delta Bank, e sobre a empresa Ameritech Holding Ltd., que teve negócios com uma empresa de Teixeira. Todos os requerimentos foram apresentados pelo relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC).

O primeiro requerimento solicita à CBF informações sobre empréstimos e financiamentos contratados pela entidade junto ao Delta National Bank ou Delta Bank, desde 1997. O requerimento pede cópias dos instrumentos contratuais, inclusive aditamentos; os valores recebidos da instituição financeira e a ela pagos, indicando os montantes e as respectivas datas; e a destinação dos recursos oriundos dos empréstimos e dos financiamentos efetuados. Na justificação do requerimento, o relator observa que as operações junto ao banco foram efetuadas logo no início da vigência do contrato entre a CBF e a Nike, seu antigo patrocinador.

Outro requerimento pede informações a cartórios do Rio de Janeiro sobre contratos de empréstimos entre pessoas físicas e jurídicas em favor das empresas El Turf Bar e Restaurante Ltda; Rio Port Bar e Restaurante Ltda.; e City Port Bar e Restaurante. Todas as empresas são de propriedade de Ricardo Teixeira. Na justificação do pedido, o relator salienta que nenhuma delas proporciona ao presidente da CBF "quaisquer rendimentos importantes".

A terceira solicitação aprovada pede a transferência, para a CPI, do sigilo fiscal da empresa R. L. J. Participações Ltda., também de propriedade de Teixeira. O mesmo argumento, de que a empresa não rende a Teixeira qualquer importância mais vultosa, foi utilizado na justificação.

Por fim, a CPI aprovou requerimento solicitando ao Banco Central informações sobre as operações financeiras realizadas pela empresa Ameritech Holding Ltd. De acordo com o relator da CPI, essa empresa vendeu um imóvel à Minas Investimentos S.A. Empreendimentos e Administração, de propriedade de Teixeira, com uma "extraordinária discrepância entre os valores de compra e venda".

04/04/2001

Agência Senado


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