Alvaro Dias solicita à Receita Federal dados sobre a quebra de sigilo fiscal de caseiro



Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (30), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que apresentou requerimento de informações para que a Receita Federal encaminhe à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos a relação com os nomes das pessoas que teriam tido acesso à quebra de sigilo fiscal do caseiro Francenildo dos Santos Costa. A proposição deverá ser votada pela CPI na próxima terça-feira (4).

- Há informação de que na Receita Federal houve também um ato ilícito com a quebra do sigilo fiscal do caseiro. Nós estamos fazendo um requerimento para que um relatório da própria Receita aponte as pessoas que acessaram as informações, o dia e a hora - explicou.

Alvaro Dias também classificou como "essencial" para a conclusão dos trabalhos da comissão a acareação a ser realizada entre o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, e o economista e ex-assessor do PT Paulo de Tarso Venceslau, que já depôs na comissão, no segundo semestre do ano passado. A acareação deverá ocorrer no próximo dia 4.

- Paulo de Tarso nos trouxe informações a respeito da participação de Okamotto na arrecadação de fundos para campanhas do PT e sobre a participação direta do presidente do Sebrae na movimentação financeira em nome do presidente da República - lembrou o senador.

Alvaro Dias criticou a atitude de Paulo Okamotto, que teria se escondido para não receber o ofício que o convoca para a acareação, de acordo com informações repassadas pelo escrivão da Polícia Federal José Bráulio Rodrigues ao presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB). O ofício, levado por Rodrigues ao Sebrae na tarde da última quarta-feira (29), foi recebido por funcionários do órgão, que alegaram que Okamotto encontrava-se no exterior, embora o escrivão tenha assegurado que avistou o presidente do Sebrae nas dependências da instituição.

- Há uma movimentação financeira suspeita que não foi esclarecida. Impede-se a quebra do sigilo bancário de Okamotto, impede-se a sua vinda para prestar depoimento e para a própria acareação. Então há algo a se esconder. Precisamos saber o que estão desejando esconder da opinião pública brasileira - disse Alvaro Dias.

A acareação entre Okamotto e Venceslau deveria ter sido realizada na última quarta-feira, mas foi suspensa por conta de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em favor de Okamotto.

Correios

O senador pelo Paraná também defendeu alterações no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, elaborado pelo relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O relatório confirma a existência do mensalão e sugere o indiciamento criminal de parlamentares, autoridades publicas e ex-dirigentes de empresas estatais. O documento deverá ser votado no próximo dia 4.

- Apresentaremos alterações que consideramos imprescindíveis para aprimorar o trabalho da comissão. Há questões que não foram postas no relatório, como o indiciamento do presidente da República e de dirigentes da Caixa Econômica Federal. Nós queremos um relatório que seja o espelho da realidade que descobrimos. Não há como isentar o presidente da República como autoridade e como responsável maior pela instalação de um esquema de corrupção em seu governo - concluiu Alvaro Dias.



30/03/2006

Agência Senado


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