CRE aprova indicações de quatro embaixadores



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (19), as indicações de quatro diplomatas para exercerem o cargo de embaixadores. São eles: Santiago Bento Fernández Alcázar, que irá atuar em Burkina Faso; Sérgio de Souza Fontes Arruda, indicado para representar o Brasil na Malásia e no Brunei; Flávio Helmold Macieira, designado para a Nicarágua; e Ricardo Neiva Tavares, que irá representar o país junto às Comunidades Européias. Essas indicações ainda precisam ser aprovadas pelo Plenário do Senado.

O senador Jefferson Praia (PDT-AM) foi o relator da indicação do diplomata Ricardo Neiva Tavares. Na ocasião, o parlamentar ressaltou o interesse brasileiro em maior aproximação política com a União Européia, que hoje já é o maior parceiro comercial do país.

Para Ricardo Tavares, o que o Brasil pretende é ver a Comunidade Européia alargar o leque de suas prioridades externas - que hoje são os Estados Unidos, o Leste Europeu, a África e o mundo árabe - para incluir o Mercosul, que já começaria a se inserir nesse contexto, apesar das dificuldades, no plano agrícola, decorrentes dos subsídios assegurados aos produtores rurais europeus.

Burkina Faso

Para o diplomata Santiago Fernández, Burkina Faso é um bom parceiro brasileiro no âmbito multilateral da OMC por fazer parte do "Cotton 4" - grupo de países africanos ligados à defesa do algodão, que inclui ainda Benin, Mali e Chade.

Apesar de Burkina Faso ser um dos países mais pobres do mundo e ocupar a penúltima colocação em termos de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Santiago Fernandéz aposta que o Brasil poderá ofertar cooperação em outras bases.

- Como assessor no Ministério da Saúde, vi isso claramente. Os doadores tendem a ser impositivos, não oferecendo cooperação voltada para os interesses e prioridades do país necessitado. O Brasil pretende inovar nesse tipo de cooperação e proporá, a Burkina Faso, que elabore uma pauta dos setores em que eles desejem receber ajuda. Tenho certeza de que a saúde será um desses temas prioritários - avaliou.

Malásia

Já o diplomata Sérgio de Souza Fontes Arruda ressaltou a importância da grande oferta de recursos naturais que caracterizam a Malásia e o Brasil. Segundo ele, depois de superada a crise asiática, a Malásia vem crescendo bastante, ano a ano, desde 1997. Conforme acrescentou, o país conseguiu passar de exportador de produtos primários, tais como petróleo e madeiras, para uma pauta mais diversificada e com produtos industrializados.

Ainda de acordo com Sérgio de Souza Arruda, a Malásia é, atualmente, o terceiro parceiro comercial do Brasil entre os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático, com um comércio bilateral da ordem de US$ 2 bilhões em 2007. A venda de aviões civis e militares da Embraer pode superar, sozinha, a marca de US$ 1 bilhão, e a indústria malaia KNM já está produzindo, no Brasil, tubos para a indústria petrolífera.

Nicarágua

Por sua vez, o diplomata Flávio Helmold Macieira reconheceu que, neste momento, Venezuela, Cuba, Argélia, Líbia e Irã são os parceiros prioritários da Nicarágua. Ele acredita, no entanto, que o Brasil reúne condições políticas e econômicas para fazer parte dessa lista.

Na sua avaliação, a expectativa da vocação caribenha do Brasil, a partir da costa do Amapá, representa uma possibilidade de desenvolver economicamente a cooperação brasileira não somente com a Nicarágua e demais países da América Central, mas também com os do Caribe.

Segundo o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a política externa brasileira do governo Lula está se valendo da agenda social, mas não pode se esquecer da defesa da soberania nacional em tempos de globalização, nem tampouco da dicotomia defesa do meio ambiente contra disputa dos recursos naturais.



19/06/2008

Agência Senado


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