CRE aprova indicações para embaixadas no Azerbaijão e no Cabo Verde




A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (27) os nomes de Sérgio de Souza Fontes Arruda para chefiar a embaixada do Brasil na República do Azerbaijão e de João Inácio Oswald Padilha, para a mesma função na República de Cabo Verde. As indicações vão ser encaminhadas agora a Plenário, para decisão final.

O Azerbaijão recuperou sua independência em 1991, após 70 anos de dominação soviética. Aos senadores, na sabatina, Sérgio Arruda salientou que o país depende fundamentalmente da riqueza gerada pelas reservas de petróleo, mas que vem se esforçando para diversificar sua economia, o que abre espaço para o incremento das relações comerciais entre os dois países. Conforme disse, o patamar dos negócios ainda é modesto, representado por trocas da ordem de US$ 22 bilhões, com maior participação das exportações do Brasil.

Sérgio Arruda, que desde 2008 ocupa a embaixada brasileira em Kuala Lumpur, na Malásia, teve sua indicação para o Azerbaijão examinada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ainda sobre o Azerbaijão, observou que está situado no Cáucaso, região que divide a Europa e a Ásia, entre o mar Negro e o Cáspio, numa posição considerada estratégica para a geopolítico regional e, ainda, o próprio jogo entre as grandes potências.

Na política externa, ressaltou que o Azerbaijão busca manter relações de equilíbrio com a Rússia, apesar de ressentimentos do período de dominação; a Turquia, de crescente influência regional; e o Irã, mesmo tendo com esse país conflito em torno da repartição dos recursos energéticos do mar Cáspio. Ainda mantém forte relação com Israel, atendo o país com o suprimento de 20% de todo o petróleo que consome.

- É uma geopolítica complexa, com fatores históricos, étnicos e religiosos associados a fortes interesses econômicos - comentou Sérgio Arruda.

Entreposto

Cabo Verde, um arquipélago constituído por dez ilhas, fica no Oceano Atlântico, a 640 quilômetros da costa do Senegal. João Inácio Padilha, o indicado para chefiar a embaixada local, lembrou que Cabo Verde se notabilizou como entreposto comercial no período das Grandes Navegações. Esse papel foi ainda renovado no século passado, por conta da necessidade de reabastecimento de aeronaves em vôos transatlânticos. Mesmo com o ganho de autonomia dos vôos, ele disse que o governo do país ainda enxerga espaço para consolidar essa vantagem geoestratégica, para isso contando com o apoio do Brasil.

- Em todas as conversas diplomáticas que temos com representantes do país, esse assunto sempre vem à tona: eles gostariam que o Brasil fosse atraído para usar o país como entreposto para toda a costa africana - comentou o indicado, que teve sua indicação relatada por Cristovam Buarque (PDT-DF).

João Inácio Padilha destacou ainda o país, junto com Botsuana, onde é o atual embaixador, são reconhecidos pelos esforços para aprimorar a democracia e elevar seus indicadores sociais, que já estão entre os mais elevados do continente africano. Tanto que Cabo Verde já foi graduado para o patamar de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) médio. Ainda assim, o país hoje tem como uma de suas prioridades na política externa o adiamento da aplicação dessa classificação, feita pela ONU, de 2013 para 2015 - assim ganharia um pouco mais de tempo para desfrutar de ajuda econômica a fundo perdido.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



27/10/2011

Agência Senado


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