Aprovadas indicações de embaixadoras para a ONU e para Cabo Verde
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta terça-feira (13) parecer favorável à indicação da ministra de primeira classe Maria Luiza Ribeiro Viotti para representar o Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), sediada em Nova York (EUA). A reforma da estrutura da organização, a missão internacional de paz no Haiti e o desafio do aquecimento global serão os três principais temas de atuação ao longo dos próximos anos, informou a embaixadora. A indicação da diplomata Maria Dulce Silva Barros para a embaixada de Cabo Verde também foi aprovada por unanimidade, na mesma reunião da CRE.
Maria Luiza - cuja indicação teve como relator o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU para adequá-lo à atual realidade política internacional. Ela observou que não existe, no conselho, nenhum representante da América Latina ou da África. E que apenas a China representa a Ásia no organismo. Sugeriu ainda que os países em desenvolvimento tenham uma participação mais representativa de seu grau de influência no mundo e defendeu a inclusão do Brasil no grupo.
- O Brasil julga que tem credenciais para ingressar no conselho, como as suas dimensões territoriais, a sua população e a sua posição pacífica, a favor de soluções negociadas. Nosso país defende a força da razão, não a força das armas - afirmou Maria Luiza, que se emocionou ao mencionar o desafio de consolidar a imagem do Brasil como a de um país "que se distingue pela seriedade, pela respeitabilidade e pelo equilíbrio".
Infelizmente, disse a embaixadora, os predicados apresentados pelo Brasil não são suficientes, por si sós, para promover a mudança no conselho. Ela classificou a reforma como uma "negociação política complexa, que envolve alteração de relações de poder ainda fortes, embora anacrônicas". Por isso, observou, o governo brasileiro vem se articulando nesse sentido com países como Índia, Alemanha e Japão, igualmente candidatos a ingressar no conselho como membros permanentes.
A respeito do Haiti, onde o Brasil mantém uma força militar de 1.200 homens, ao lado de militares de outros oito países, ela disse que a atual missão internacional distingue-se das anteriores por buscar soluções mais permanentes para o país. A missão da ONU, segundo a embaixadora, procura estimular um "reencontro" do Haiti com a América Latina, o fortalecimento do Estado haitiano e o desenvolvimento econômico e social do país.
Cabo Verde
Igualmente aprovada por unanimidade pela comissão, a embaixadora designada para o Cabo Verde, ministra de segunda classe Maria Dulce Silva Barros, defendeu a prioridade concedida pelo atual governo brasileiro às relações com a África. Ela disse que o continente está "na ordem do dia", não só por dispor de recursos naturais como petróleo, ouro, cobre e diamantes, mas também por questões estratégicas.
- A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tem feito cada vez mais exercícios em solo africano. E não será por acaso que o presidente chinês Hu Jintao realizou recentemente um amplo périplo pelo continente. O Brasil faz muito bem em perseguir sua política de aproximação com a África, que tem mais de trinta anos - afirmou Maria Dulce.
A embaixadora lembrou que Cabo Verde "defende abertamente" o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e observou que o país conta com uma democracia forte e crescimento econômico superior a 6% anuais. O país africano, afirmou ainda a embaixadora, poderá ser uma plataforma de exportação de produtos brasileiros para terceiros mercados. A mensagem contendo a sua indicação teve como relator o presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (PFL-PI).13/02/2007
Agência Senado
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