CRE aprova nomes para representar o Brasil em Trinidad e Tobago, na Irlanda e na Unesco



Por unanimidade, os 16 senadores presentes à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovaram nesta quinta-feira (27) pareceres favoráveis às indicações feitas pelo Executivo dos diplomatas Stelio Marcos Amarante, Gilda Maria Ramos Guimarães e Antonio Augusto Dayrell de Lima, para chefiar as representações diplomáticas do país junto à Irlanda, a Trinidad e Tobago e à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). As mensagens presidenciais seguem para votação secreta no Plenário do Senado.

Indicado para o cargo de embaixador na Irlanda, Amarante, em resposta ao senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), declarou que vai se empenhar para reforçar as relações comerciais entre os dois países. Amarante, que teve sua indicação relatada pelo senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), registrou que as importações brasileiras da Irlanda superam os US$ 200 milhões, enquanto que as exportações não chegam à metade desse valor. -Espero contribuir para a promoção comercial para reduzir esse déficit-, disse o diplomata indicado.

Segundo Amarante, a Irlanda tem uma postura mais agressiva no sentido de buscar oportunidades no mercado brasileiro. Ele fez um relato histórico sobre a Irlanda e comparou o processo de endividamento e ajuste fiscal daquele país, nas décadas de 70 e 80, com o esforço brasileiro para equilibrar as finanças públicas. Depois disso, afirmou, o país trabalhou na qualificação de sua mão de obra e recebeu investimentos externos e suas exportações totalizam a US$ 85 bilhões, cerca de US$ 20 bilhões a mais que as exportações brasileiras. O crescimento e a entrada na União Européia, segundo Amarante, possibilitaram grande melhoria na qualidade de vida dos cerca de 4 milhões de habitantes do país.

Em seguida, Gilda Maria Ramos Guimarães detalhou as relações do Brasil com Trinidad e Tobago, república localizada no Caribe, próxima à costa da Venezuela. Com grandes reservas de petróleo, gás natural e betume, o país, que se tornou independente em 1962, importa US$ 144 milhões do Brasil, e exporta US$ 25 milhões para o país. Para a diplomata, que teve a indicação relatada na reunião pelo senador Marco Maciel (PFL-PE), muito pode ser explorado nas relações comerciais dos dois países, com a cooperação na área de turismo, no combate à Aids e a doenças tropicais. Ela sugeriu a formação de um grupo parlamentar para estreitar os laços entre os dois países.

De acordo com Dayrell de Lima, a Unesco foi palco da primeira crise do multilateralismo nas relações internacionais. Em 1984, narrou, após discussões sobre a atuação em países em desenvolvimento, os Estados Unidos se retiraram da Unesco. Atualmente, disse o indicado, a erradicação da pobreza e a democratização das tecnologias da informação para a construção de uma sociedade do conhecimento são as prioridades da organização, em sintonia com os interesses brasileiros. Dayrell, que teve sua indicação relatada na reunião pelo senador Aelton de Freitas (PL-MG), citou ainda que a Unesco tem parcerias abrangentes no Brasil, com grande interlocução com a sociedade civil.



27/03/2003

Agência Senado


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