CRE vai acompanhar negociações da Alca de perto, anuncia Suplicy



Indicado pelo bloco de apoio ao governo para ocupar a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou na manhã desta quarta-feira (19) que, diante da nova agenda do Poder Executivo para as relações exteriores do Brasil, a comissão deve prestar atenção especial às negociações sobre a participação do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

O aprofundamento das relações com os países que integram o Mercosul, outro ponto da plataforma do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também deve ser analisado, segundo Suplicy, pela CRE nos próximos anos.

- Avalio que o Senado, sobretudo através da CRE, possa acompanhar de perto todas as negociações relativas ao Mercosul e à Alca e todos os acordos internacionais junto à Organização Mundial de Comércio. Nós vamos agilizar esse acompanhamento - declarou Suplicy, que participou, juntamente com a bancada do PT, de debate com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Na reunião, Suplicy sugeriu que o presidente Lula possa visitar, com a maior brevidade possível, o Reino Unido. O senador, que voltou da Inglaterra na última semana, disse que as autoridades daquele país têm interesse em que Lula, pela grande visibilidade e repercussão que seus atos têm tido internacionalmente, possa expressar ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, a possibilidade de uma solução pacífica para a crise no Iraque.

- Constitui um anseio da humanidade e dos povos do mundo, como ficou demonstrado em manifestações onde milhões de pessoas no mundo inteiro externaram sua vontade, de que haja uma solução sem guerra, sem violência. Então, acho que seria interessante, que o presidente Lula realizasse essa visita o quanto antes para transmitir a Tony Blair esse anseio do povo brasileiro de que os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos cheguem a um entendimento direto com o governo do Iraque, com o presidente Saddam Hussein. Acredito que o presidente Lula pode ser um fator catalisador da construção da paz - declarou Suplicy.

Nesse sentido, Suplicy defendeu na reunião com Celso Amorim que Tony Blair, Saddam Hussein e o presidente dos EUA, George W. Bush, tenham, pessoalmente, um encontro de cúpula para discutir a crise no Golfo Pérsico.

- É muito melhor resolver as questões olho no olho e de forma pacífica do que por meios bélicos de destruição em massa, com vítimas e enorme prejuízo para a humanidade - sugeriu Suplicy.



19/02/2003

Agência Senado


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