Senadores querem acompanhar de perto compra de novos aviões



Os senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) querem acompanhar de perto as negociações finais para a compra dos caças que vão renovar a frota da Força Aérea Brasileira. Durante audiência pública sobre o tema com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta quarta-feira (16), o senador Renato Casagrande (PSB-ES), autor do requerimento para a realização da audiência, sugeriu que a comissão volte a debater as negociações com Jobim, se preciso em reunião secreta, depois da entrega das ofertas finais pelos concorrentes.

- O Congresso Nacional vai ter que aprofundar o debate sobre a defesa nacional. Com esse acordo, o Brasil muda de patamar. E é preciso saber se não há como se desenvolver sem avançar sem um projeto audacioso de defesa - disse Casagrande.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) lamentou que unidades do Exército localizadas no Nordeste experimentem atualmente situação de "pobreza absoluta", ao mesmo tempo em que se anuncia a compra de aviões e submarinos para a Aeronáutica e a Marinha. Ele considerou ainda necessário saber o que o Brasil receberá da França, em troca da preferência para a compra desses equipamentos militares.

Na opinião do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a comissão deve solicitar ao governo informações detalhadas sobre cada proposta feita ao Brasil para a venda dos caças. Ele questionou, por exemplo, o alto preço de manutenção dos caças franceses Rafale, em comparação aos norte-americanos F-18.

Por sua vez, o senador João Tenório (PSDB-AL) considerou "pouco claras" as propostas feitas até o momento por norte-americanos e franceses no que diz respeito à transferência de tecnologia para a produção dos aviões. Da mesma forma, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse ser necessário saber o que norte-americanos e franceses chamam, respectivamente, de transferência de tecnologia "necessária" e "irrestrita".

O presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), questionou por que os novos submarinos terão como base o Rio de Janeiro e não outra cidade do litoral brasileiro, como Fortaleza (CE). O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) observou igualmente que a grande maioria dos investimentos para renovação das Forças Armadas será feita no Centro-Sul do país. Ele concordou ainda com a proposta de Casagrande para a realização de uma reunião secreta com Jobim, para discutir a compra dos novos caças.

Após declarar sua simpatia pela França, o senador José Agripino (DEM-RN) demonstrou preocupação com a real disposição do governo francês em transferir tecnologia para o Brasil. Ele citou artigo publicado no jornal londrino Daily Telegraph, segundo o qual a Inglaterra ganhou a Guerra das Malvinas com a ajuda de países como a França, que teria negado à Argentina transferência de tecnologia empregada nos mísseis Exocet. Ao final da reunião, o senador Augusto Botelho (PT-RR) manifestou preocupação com a situação do Exército, no momento em que as prioridades do governo parecem destinadas à renovação da Marinha e da Aeronáutica.



16/09/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Santos quer "acompanhar de perto" compra da Garoto

Jobim reafirma preferência do governo por caça francês. Senadores querem acompanhar negócios

LÚDIO VAI ACOMPANHAR DE PERTO PROJETO PANTANAL

CRE vai acompanhar negociações da Alca de perto, anuncia Suplicy

Jefferson Praia promete acompanhar de perto trabalho do Instituto Chico Mendes no Amazonas

Governo brasileiro decide pela compra de aviões-caça suecos