CRE vai debater posição do Brasil a respeito das eleições no Irã



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) deve se reunir na próxima quinta-feira (2) para debater a posição do Brasil a respeito das eleições no Irã e às manifestações da oposição naquele país. Foi convidado para o debate o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

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Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não havia provas de fraudes nas eleições presidenciais iranianas e se referiu ao conflito entre oposicionistas e situacionistas como "uma coisa entre flamenguistas e vascaínos". Suas declarações foram muito criticadas pela imprensa.

O requerimento para a realização da audiência pública sobre a posição do Brasil a respeito das eleições no Irã, de autoria dos senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) foi aprovado pela CRE na última quinta-feira (25). Na ocasião, Azeredo e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestaram preocupação com notícias de transgressões aos direitos humanos no país, como a ocorrência atos de violência e repressão contra a parcela da população que questiona o resultado das eleições e a restrição ao trabalho de jornalistas estrangeiros.

No dia 23, Azeredo, que preside a CRE, recebeu em seu gabinete o embaixador do Irã, Mohsen Shaterzateh. O diplomata iraniano disse, na reunião, que as forças de segurança de seu país têm atuado pacificamente e que a imprensa internacional distorce a realidade do Irã e divulga mentiras sobre o que tem acontecido depois das eleições.

As eleições no Irã ocorreram em 12 de junho e no dia seguinte foi anunciadooficialmente que o atual presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, havia sido reeleito com 62,63% dos votos, enquanto o segundo colocado no pleito, Mir Hossein Mousavi, teria ficado com 33,75%. A oposição, no entanto, denunciou a ocorrência de fraudes nas eleições, pedindo a recontagem dos votos e a realização de um novo pleito.

Também foi iniciada uma série de protestos, reprimidos pelo governo, durante os quais teriam ocorrido, segundo as agências internacionais, mais de 20 mortes. O Conselho de Guardiães, instituição que supervisiona as eleições no Irã, admitiu ter detectado algumas fraudes, mas afirma que elas não interferiram no resultado, de modo que a vitória de Ahmadinejad foi confirmada.

Moisés Nazário / Agência Senado



26/06/2009

Agência Senado


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