Crescimento do PIB é insuficiente e não atende às necessidades nacionais, afirma Alvaro Dias



O crescimento de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2004, na opinião do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), é -pífio e insuficiente para qualquer tipo de comemoração por parte do governo-. Ao comparar o resultado e outros índices macroeconômicos com os de outros países, especialmente a Argentina, o senador condenou a alta carga tributária e o atrelamento do país às políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) como impedimentos a um crescimento maior da economia.

- Não creio que o desempenho do PIB seja motivo para euforia. Esse crescimento é insuficiente para atender às necessidades nacionais, sobretudo para superar as dramáticas crises sociais que vive o povo brasileiro, com recordes de desemprego e queda brutal de renda - declarou o senador, tendo em vista que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reunir nesta sexta-feira (4) os ministros para apontar o crescimento do PIB e a viagem à China como pontos positivos do governo.

Os índices de crescimento econômico da China (9,8%), da Malásia (7,6%), do Chile (4,8%), do México (4,6%) e da Argentina (10,5%) no mesmo período, demonstram que o resultado do Brasil é -insignificante-, segundo Alvaro. Por outro lado, o senador registrou que o Brasil é o país que mais arrecada impostos, num percentual equivalente a 38% do PIB, enquanto que a média dos países em desenvolvimento é de 21%.

- Se o governo estiver sustentado por carga tributária tão perversa como essa, não teremos crescimento econômico - analisou.

Por outro lado, o senador destacou a atitude da Argentina, que -resistiu ao poderio do FMI- e logrou obter um crescimento econômico expressivo. Até mesmo a vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krugger, comentou, reconheceu que a performance macroeconômica do país vizinho tem ultrapassado qualquer expectativa.

- Enquanto Lula aceitou aumentar o superávit primário para 4,25%, Kirchner (o presidente da Argentina, Nelson Kirchner) resistiu às pressões e agora pode comemorar um crescimento de 11,3% no último trimestre de 2003. A Argentina adotou uma postura altiva e vem colhendo os frutos. O Brasil não tem outra alternativa senão flexibilizar a capacidade de investimento dos setores público e privado para atender a demanda de crescimento, que exige a criação de 1,6 milhão de postos de trabalho por ano - disse.

Alvaro afirmou ainda que a insensibilidade social do governo se fez presente na Câmara dos Deputados, onde, em troca de compromissos de liberação de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares, conseguiu a aprovação do -ridículo salário mínimo de R$ 260, que é um acinte frente à aquisição de um avião presidencial, com recursos que seriam suficientes para a criação de 350 mil empregos-.

Ele também considera que ainda é cedo para quantificar o sucesso da viagem do presidente Lula à China e que, se houver mérito, este deve ser creditado -à competente diplomacia brasileira que vem, desde governos passados, promovendo um melhor relacionamento com países da Ásia-.



03/06/2004

Agência Senado


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