Criada Frente Parlamentar em Defesa do Cinema Nacional



Foi lançada nesta quarta-feira (24) a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Cinematográfica Brasileira, presidida pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC). A senadora, durante o ato de lançamento da frente, afirmou que a indústria cinematográfica é estratégica para o país, tanto para gerar empregos e movimentar a economia quanto para proteger a soberania nacional.

Durante a cerimônia, Ideli anunciou que apresentará solicitação para que a TV Senado tenha como parte obrigatória de sua programação a apresentação de filmes brasileiros. Mais de 100 parlamentares já aderiram à frente mista, que reúne senadores e deputados.

Ideli  lembrou que a indústria audiovisual atua também na promoção de fatos ideológicos, culturais e éticos, além de servir para aglutinar a nação. O objetivo da frente é colocar a questão da indústria cultural na pauta do Congresso e agilizar a tramitação de projetos do setor. Entre as propostas que aguardam deliberação sobre o tema, Ideli destacou a que trata da regionalização da TV, a criação de uma TV educativa nacional e projeto que promove filmes de animação produzidos no Brasil.

Sobre a criação da Agência Nacional do Cinema e Audiovisual (Ancinav), Ideli  defendeu a importância de regular um setor que tem tanta importância estratégica para o Brasil.

- Queremos que a tela seja nossa para mostrarmos nossa realidade, nossos valores - disse.

O secretário executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, que veio representando o ministro Gilberto Gil, destacou que a área de cinema e audiovisual é uma das mais importantes atividades econômicas do mundo. Além da importância simbólica, é fundamental para a soberania nacional, destacou. Ferreira considera que o momento atual dessa arte é especial para o Brasil, que lida com a redemocratização da sociedade.

Juca afirmou que o cinema brasileiro luta em um mercado predatório e que a legislação atual não dá conta das mudanças. Estão em vigor leis feitas antes e durante o período da ditadura militar e Juca Ferreira destacou que hoje 70% do lucro do setor não vem da exibição em cinema e sim de outros meios, como TVs abertas, a cabo e DVDs, o que exige atualização da legislação.

O representante do Ministério da Cultura destacou ainda que os Estados Unidos, que lideram o mercado mundial no setor, têm na industria do áudio-visual seu segundo produto de exportação, sendo o primeiro produtos da indústria bélica. No Brasil, destacou, 93% dos municípios brasileiros não têm sequer uma sala de cinema e apenas 8% da população têm acesso a esse tipo de entretenimento. Juca Ferreira defendeu também  projeto da Ancinav, que deverá em breve ser encaminhado ao Congresso, como de grande importância para democratizar e regulamentar esse mercado.

O cineasta Geraldo Moraes destacou a importância da criação da frente por permitir a aglutinação dos setores envolvidos em produção de audiovisual. Estiveram presentes à cerimônia pessoas ligadas à área de produção cultural, como a mãe do cineasta Glauber Rocha, Lúcia Rocha, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Serys Slhessarenko (PT-MT).



24/11/2004

Agência Senado


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