Cristovam afirma que educação continuará em destaque na sua agenda




Depois de lamentar a ausência de boas notícias na área da educação e de observar que até mesmo no combate à corrupção eventualmente elas surgem, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) falou, nesta sexta-feira (4), do seu receio de precisar dedicar seu novo mandato ao mesmo tema que abraçou como principal bandeira nos últimos oito anos.

Segundo ele, o fato negativo mais recente foi registrado esta semana, quando saiu a notícia de que, nos últimos quatro anos, caiu pela metade o número de jovens matriculados nas carreiras do magistério.

- Enquanto isso for um problema, eu vou me concentrar na tentativa de despertar este país, nossos dirigentes, nossa população, nossos eleitores, para o fato de que não há a menor possibilidade de um bom futuro se nós não fizermos uma revolução na educação - justificou Cristóvam.

Ele lembrou que, sobretudo depois de 2008, o país ouvir falar em crise e desemprego, mas agora a economia está com um crescimento de 10% ao ano e com mais de 15 milhões de empregos criados. Quanto à pobreza, tema que, conforme assinalou, sempre "envergonhou" o país, o senador observou que há também boas notícias sobre o aumento da renda dos mais pobres. Em contraste, destacou, caiu o interesse dos jovens pelo magistério, o que só poderia ser enfrentado, como apontou, com a valorização da profissão, incluindo bons salários e condições de trabalho.

- Essa é a pior de todas as notícias. Que futuro tem um país que diminui o número de seus professores? - questionou.

O senador reconheceu que até houve avanços na educação, mas limitados ao ensino técnico e superior, sem chegar ao ensino de base. Observou ainda que, no ensino médio, os estabelecimentos de ensino federais apresentam desempenho acima da média até das escolas privadas do mesmo nível, o que seria o caso dos colégios militares. Por isso, ele disse considerar necessário um papel mais forte do governo federal no ensino de base.Sua receita é no sentido de "federalizar" as ações, numa linha de política que vá além do mero repasse de recursos para as prefeituras.

Numa comparação, ele disse que a redução do número de jovens que desejam ser professores pode ser tão danosa quanto a falta de voluntários para lutar em face de uma guerra. Nessa situação, avaliou, o país ficaria sem futuro na falta de potencial de produção de novas inteligências por meio de bons professores e os "soldados estrangeiros entrariam e tomariam conta de tudo".

- Sabe qual é a cara desses soldados estrangeiros que tomam conta? Os chips que a gente compra porque não sabe fazer; os equipamentos médicos que a gente tem de comprar lá fora, porque não sabe fazer; toda essa parafernália da sociedade moderna que somos obrigados a usar e que é feita pela inteligência de pessoas lá de fora - argumentou Cristóvam.

Em aparte, o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), após elogiar Cristóvam pelo discurso, afirmou que será seu aliado nas causas pela educação. Segundo ele, há escassez de professores também na Paraíba. Os que têm habilitação mínina para a atividade, disse o parlamentar, acabam se transferindo para os setores mais dinâmicos, atraídos pelos salários.

04/02/2011

Agência Senado


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