Cristovam aponta ausência de utopia nas forças de esquerda
Em pronunciamento nesta segunda-feira (13), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) considerou um avanço a sociedade brasileira encarar com naturalidade a chegada à Presidência da República do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do deputado federal comunista Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara dos Deputados, que substitui temporariamente o presidente Lula, em viagem à Venezuela. Cristovam lamenta, no entanto, a ausência de investimento das forças de esquerda no que chama "capital natureza e capital conhecimento", utopias das quais quem se denomina progressista não poderia abrir mão.
- Essas são as duas pernas da utopia, ausentes no discurso e na prática dos partidos de esquerda - afirmou.
Em vez de perseguir um conceito de igualdade irrestrita, o parlamentar acredita que as forças de esquerda deveriam se ajustar aos limites impostos pelo meio ambiente e pela economia.
- Em função de limitações ecológicas, não dá para cada um ter um carro. O que é preciso é dar a cada um o direito a um transporte público eficiente e gratuito - exemplificou.
Embora reconheça o amadurecimento das forças progressistas, Cristovam aponta e lamenta sua suposta perda da capacidade de sonhar. O senador pelo Distrito Federal só aposta na utopia da igualdade total quando o assunto é educação. Mesmo assim, afirma que essa revolução pela educação não está no discurso dessas correntes.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou ser esta a primeira vez no Brasil que um membro histórico do partido comunista assume a Presidência da República. Quanto a essa utopia ausente apontada no discurso de Cristovam, o petista acredita ser possível estimulá-la por meio da renda básica de cidadania. Cristovam discordou de Suplicy ao reiterar que essa utopia reside na igualdade de acesso a todos à educação.13/11/2006
Agência Senado
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