Cristovam Buarque: República brasileira ainda não foi plenamente construída




Em pronunciamento nesta segunda-feira (21), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o mês de novembro reúne quatro datas cívicas que se casam perfeitamente para mostrar "a fragilidade, o conservadorismo, o elitismo e a vergonha de uma república que é proclamada, mas ainda não é plenamente construída".

Após citar o Dia da Alfabetização, na última segunda-feira (14), a Proclamação da República (15), o Dia da Bandeira (19) e o Dia da Consciência Negra (20), o senador disse que os homens que há 122 anos proclamaram a República gastaram horas imaginando qual seria a bandeira e o lema republicanos, sem se dar conta de que 6,5 milhões de brasileiros analfabetos, à época 65% da população, seriam incapazes de ler a frase "Ordem e Progresso".

- Fizeram uma bandeira para 35 por cento da população. Cento e vinte e dois anos depois, em vez de 6,5 milhões, temos treze milhões de analfabetos - afirmou.

Cristovam Buarque ressaltou que a maior parte dos analfabetos é de cidadãos de cor negra, que ainda têm de lutar para receber o mesmo tratamento dispensado aos brancos, 122 anos depois da proclamação da República. O senador disse que os negros são vítimas, ainda, da violência, da deseducação e da falta de atendimento médico.

- Isso comprova que a proclamação de uma república pode ser feita a partir dos quartéis, como foi o 15 de novembro, mas a construção de uma república se faz a partir das escolas. Ao esquecermos disso, esquecemos quase tudo que caracteriza uma República - afirmou.



21/11/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Cristovam Buarque alerta para esgotamento da democracia brasileira

Cristovam Buarque alerta para fragilidades da economia brasileira

República brasileira permanece socialmente dividida, diz Cristovam

Cristovam: Senado precisa ajudar a completar a República brasileira

Cristovam propõe debate sobre falta de igualdade de direitos em 120 anos da República brasileira

Cristovam Buarque diz que o DF está doente