Cristovam considera absurdo crianças se prostituírem a poucos quilômetros do Palácio do Planalto



Ao repercutir da tribuna matéria que revelou a prática da prostituição de crianças na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília, publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta quarta-feira (24), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse considerar um absurdo a ocorrência deste tipo de crime em plena capital da República, a menos de 3 quilômetros do Palácio do Planalto.

- Vinte anos depois da democracia, dezesseis anos após Itamar [Franco], Fernando Henrique [Cardoso] e Lula e a gente ainda tem esse flagelo, essa vergonha, essa tragédia neste país - lamentou Cristovam.

Cristovam cobrou do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, uma solução imediata para a questão, sob pena de seu partido, o PDT, se retirar de sua base de apoio. Na avaliação do senador, o problema poderia ser resolvido por meio de medidas simples e pouco onerosas aos cofres públicos, como a concessão de bolsas e o acompanhamento individual dos casos de prostituição infantil - tal como foi feito quando ele, Cristovam, foi governador do DF entre 1995 e 1999.

- Não podemos deixar que o problema da prostituição infantil continue sendo um problema, um assunto, uma realidade, uma verdade neste país, e sabemos como fazê-lo. O Brasil sabe como fazer, o Brasil tem recursos para fazer isso. Isso é uma das coisas que menos custaria do ponto de vista financeiro, se a gente quisesse resolvê-la - disse.

Cristovam apontou também a falta de um órgão na administração pública brasileira especializado em crianças como uma das principais causas para a persistência do problema de prostituição infantil em todo o território nacional. Segundo ele, é preciso ter no país um coordenador do assunto a quem a sociedade possa cobrar e responsabilizar pelo não cumprimento de metas.

- Quando os aviões se atrasaram neste país, todo mundo sabia quem eram os responsáveis: o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o ministro da Defesa. Caiu o ministro da Defesa e caiu o diretor da Anac. Eu duvido que alguém caia, neste período, por terem se descoberto meninos e meninas se prostituindo no centro da capital da República - afirmou.

Cristovam defendeu também a federalização do ensino fundamental e do ensino médio. Tais medidas, segundo ele, contribuiriam para a melhoria da qualidade da educação pública no Brasil e possibilitariam a erradicação do analfabetismo.



24/09/2008

Agência Senado


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