Cristovam critica cortes sem discussão com Congresso e cobra divulgação de áreas com redução de recursos




O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou em Plenário, nesta sexta-feira (17), o corte de R$ 55 bilhões no Orçamento anunciado pelo governo federal sem que houvesse discussão com o Congresso Nacional. Ele disse estar preocupado, pois os parlamentares não sabem exatamente em que áreas haverá redução de recursos.

- Lamentavelmente, três dias depois da decisão de corte, ainda não sabemos onde serão os cortes exatamente, porque saíram os grandes cortes, mas não saíram os específicos. E eu estou muito curioso para saber qual foi esse grande corte que houve no Ministério das Cidades: foi para estádios ou foi para saneamento? - Questionou.

Cristovam afirmou não ser contrário a cortes de gastos supérfluos para evitar crises, como a que acontece com a Grécia. No entanto, em sua avaliação, tais cortes devem ser discutidos com o Congresso para que o Orçamento seja direcionado a áreas com maior carência.

O senador por Brasília observou que a maioria das emendas apresentadas pelos congressistas não representa interesses particulares, como supõe a imprensa, mas são direcionadas a questões de interesse do cidadão, como saúde, educação e segurança. Como exemplo, informou que as emendas que apresentou destinam recursos a hospitais, como o Centro de Oncologia do Hospital das Forças Armadas, e aos hospitais Sarah Kubitscheck e da Universidade de Brasília. Ele informou ter apresentando também emendas para investimentos no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e no Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também reiterou críticas à decisão do governo de cortar gastos sem consultar o Congresso Nacional.

- Estimularam o Congresso a inflar a expectativa de receita para, com base nessas expectativas, poder apresentar suas emendas. E, agora, cortam. Não só cortam as emendas, mas os próprios programas considerados prioritários para o governo na área da saúde, da educação, da segurança pública, sem nos dar nenhuma explicação. Nós, os Congressistas, não sabemos, até agora, onde incidiram os cortes - disse Aloysio Nunes.

Cristovam observou ainda haver contradição entre o discurso e as decisões do governo. O Executivo, como afirmou o senador, "faz propaganda sobre a melhoria das condições sociais, como se estivéssemos na Noruega, e do crescimento da economia brasileira, como se fosse a da China, mas precisa realizar cortes no orçamento".

- O governo tem que ser honesto, coerente, e dizer à população: nós estamos vivendo um período perigoso e, por isso, temos que fazer cortes - disse Cristovam. 



17/02/2012

Agência Senado


Artigos Relacionados


Cristovam quer que presidente Lula assuma discussão sobre destinação dos recursos do pré-sal

Cristovam cobra recursos para a educação básica

Cristovam cobra aplicação de recursos do programa Brasil Sem Miséria

Cristovam cobra providências contra conspiração dirigida ao Congresso

Cristovam Buarque critica Agnelo e cobra transparência do governo do Distrito Federal

Cristovam critica governo por não debater contingenciamento com Congresso