Cristovam defende a criação de uma bancada do futuro



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) usou a tribuna nesta sexta-feira (15) para pedir ao Congresso Nacional a formação de uma "bancada do futuro", com o objetivo de discutir os rumos que o Brasil precisa tomar para avançar em direção ao desenvolvimento sustentável.

- Ou nos despertamos e passamos a discutir o futuro, ou não sairemos deste tempo em que nos colocaram há 50 anos, de país da industrialização. É preciso levar a sério a percepção de que, daqui para frente, quem não tiver conhecimento não terá futuro - afirmou ele.

Para o senador pelo Distrito Federal, a política desenvolvimentista defendida pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek (os "50 anos em cinco") continua sendo aplicada nos dias atuais. Ele argumentou, porém, que essa visão de desenvolvimento"entrou em crise porque era [baseada em] uma industrialização que não dividia; ao contrário, concentrava, porque precisava tirar de todo mundo para fazer as estradas, as hidrelétricas, a nova capital". Para Cristovam, o governo de Juscelino "não colocou 50 anos na frente a saúde, a educação e nem mesmo a agricultura". Ele destacou também que o regime militar manteve a política de industrialização.

- Então vieram os militares. Foram vinte e um anos de ditadura e outros vinte e quatro de democracia, esses últimos sem uma fala no sentido de dar um rumo diferente ao país. Salvo a grande estabilidade monetária conquistada no governo de Fernando Henrique, o Brasil continua o mesmo - avaliou.

O senador afirmou ainda que o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo Lula nada mudou em relação "às velhas idéias" defendidas por Juscelino, pois não privilegiaria áreas como educação e saúde, entre outras.

Quanto ao Congresso Nacional, Cristovam disse que faltam debates com relação ao futuro e que os parlamentares vêm se limitando a fazer denúncias.

- O futuro tem que voltar a entrar nesta Casa. E aí saberemos para onde queremos que siga esse trem chamado Brasil. Mas é preciso trazer uma idéia de desenvolvimento sustentável para o dia-a-dia - ressaltou.

Em aparte, os senadores Gilberto Goellner (DEM-MT) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) elogiaram o discurso de Cristovam. Mozarildo sugeriu a vinda do ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, para discutir os projetos do governo voltados para o futuro do país.

Piso salarial

Em seu pronunciamento, Cristovam também defendeu o piso salarial nacional para os professores da educação básica de escolas públicas - criado a partir de projeto de sua autoria, aprovado pelo Senado em julho e transformado em lei nesse mesmo mês. Segundo o senador, "a idéia do piso está absolutamente ligada ao futuro que desejamos para o nosso país e à perspectiva de um futuro melhor".



15/08/2008

Agência Senado


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