Cristovam diz temer a desinstitucionalização da democracia no país



Ao despedir-se da atual Legislatura, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse temer que no próximo ano o país continue a assistir um Executivo cada vez mais forte e menos coordenado, um Congresso fraco e submisso e um Judiciário ziguezagueando em suas decisões. Ele opinou que a concretização dessas previsões implicará não na volta do regime ditatorial no Brasil, mas em uma desinstitucionalização de um processo dito democrático.

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- Tem direito de fazê-lo quem especula que talvez a única lógica da tentativa de dobrar o salário dos parlamentares, na mesma semana em que se deu um aumento de poucos reais para o salário mínimo, tenha sido a de desmoralizar o Congresso. Talvez uma lógica não explícita nos que tomaram a decisão, mas uma lógica subterrânea de enfraquecer ainda mais o Legislativo para fortalecer o Executivo - afirmou Cristovam Buarque.

Na avaliação do senador pelo Distrito Federal, o Brasil está precisando de uma tempestade de purificação que atinja a classe política, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Ele desejou que a classe política e o Legislativo e o Executivo sejam purificados da corrupção que caracterizou esses dois últimos anos e do imediatismo. Cristovam também quer que o Brasil passe a ser pensado a médio e longo prazo.

Cristovam Buarque pediu também que o Supremo Tribunal Federal passe a tomar decisões de forma permanente e não surpreenda a população com decisões que mudam periodicamente. Também desejou que a mais alta corte do Judiciário deixe de parecer sindicato e não transpareça mais para o país que está disputando salários. Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) opinou que a disparidade existente entre os vencimentos do Legislativo e do Judiciário começou quando o presidente da Câmara era o enfraquecido Severino Cavalcanti, que permitiu a aprovação de um projeto elevando os vencimentos dos ministros do Supremo.



21/12/2006

Agência Senado


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