Cristovam elogia política externa de Lula e diz que o Brasil pode influir no futuro do mundo



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) teceu elogios, nesta terça-feira (8), à política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, comandada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, dizendo que o Brasil ocupa lugar de destaque na formulação de propostas que podem ser apresentadas nos diversos foros globais, como a reunião do G-8 - grupo composto pelos sete países mais industrializados e a Rússia - que está ocorrendo no Japão.

O senador salientou que hoje há um conjunto de problemas a ser enfrentado no mundo inteiro, acrescentando que o Brasil tem, nesse contexto, uma responsabilidade muito grande e "é a média dos países do mundo".

- Nossa renda per capita é a mesma do mundo; a nossa esperança de vida é a mesma do mundo; as doenças que temos aqui são as que temos no mundo. O Brasil é um país que tem todos os recursos e todas as pobrezas, todas as dificuldades; o Brasil é a média do mundo. A única coisa em que o Brasil destoa da média é na educação. Nós estamos piores do que a média do mundo - disse o senador.

Por ser um "país-média", afirmou Cristovam, e por ter propostas, o Brasil tem algo a dizer ao mundo. O senador disse que não citaria apenas o etanol, mas também "o problema da relação dos pobres com os ricos", através de programas como o Bolsa-Família, observando, no entanto, que este deveria estar, de alguma forma, ligado à educação. Ele enumerou ainda os programas de erradicação da poliomielite e de atendimento aos portadores de HIV.

- O Brasil, por ser média do mundo e por ter propostas, é um país que pode influir mais no futuro do mundo do que mesmo os países ricos, que têm poder, mas não têm os problemas. Outros países muito pobres têm os problemas, mas não têm os recursos. E nenhum deles tem as idéias. O Brasil é um país que, hoje, tem idéias que podem servir ao mundo inteiro - afirmou o senador.

Cristovam também ressaltou o fato de o Brasil abrigar imigrantes provenientes dos vários blocos de países, proporcionando as melhores condições para se relacionar internacionalmente. O senador acrescentou que, apesar das críticas que faz ao governo, pode dizer, "sem nenhuma falsidade", que o Brasil tem a mais importante liderança em termos de política externa no mundo. Ele frisou que em alguns países já se costuma chamar essa liderança de Lula-Amorim.

- Esses dois juntos, depois de seis anos, conseguiram formar uma equipe e hoje são, de fato, uma voz importante no mundo. Se eu for comparar o governo Lula e o governo Fernando Henrique Cardoso, eu diria que a única grande diferença, além da personalidade de cada um, é a política externa. O presidente Fernando Henrique Cardoso fechou embaixadas. O presidente Lula abre. O presidente FHC fez uma política do bloco dos países ricos. O presidente Lula não caiu na ilusão de um terceiro-mundismo de países, mas tratou o globo inteiro da Terra como o planeta terceiro mundo, dentro do qual está o Brasil - disse.

08/07/2008

Agência Senado


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