Cristovam faz sugestões de leitura para Obama



Em discurso nesta segunda-feira (1), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) indicou ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a leitura de três livros: Pedagogia do Oprimido, do educador Paulo Freire; Ecodensenvolvimento, do economista polonês Ignacy Sachs; e Novo Paradigma para o Mercado Financeiro, do megainvestidor George Soros.

Cristovam fez a indicação das obras em resposta a um internauta, que, por e-mail, perguntou se ele recomendaria a Obama, tal como fez o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o livro do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, As Veias Abertas da América Latina.

Na opinião do senador, o clássico As Veias Abertas da América Latina, mesmo apresentando uma descrição primorosa da situação de exploração da América Latina pelas grandes potencias em séculos anteriores, "não permitirá ao presidente Obama entender os verdadeiros empecilhos ao desenvolvimento no mundo de hoje".

- Eu acho que esses três livros formariam um tripé importante: o tripé da mesma chance entre classes e da construção de uma sociedade do conhecimento [Pedagogia do Oprimido]; a mesma chance entre gerações e da convivência entre os seres humanos, a civilização, a economia e a natureza [Ecodesenvolvimento]; e o terceiro [livro] permitiria entender o descompasso que temos entre o mercado financeiro, a economia e a sociedade - disse.

Na avaliação de Cristovam, o principal obstáculo ao desenvolvimento dos países pobres não mais seria a exploração pelas nações desenvolvidas dos recursos naturais dos primeiros, ocorrida, sobretudo nos séculos 19 e 20, como descrito no livro de Galeano. Para ele, a principal causa do atraso no terceiro mundo foi a ausência de um desenvolvimento científico e tecnológico adequado.

- O que dificultou o desenvolvimento latino-americano, o que atrapalhou o entendimento da crise do desenvolvimento foi não percebermos - e era impossível perceber, na verdade - que no final do século 20 começaria a se construir um novo tipo de economia, não mais a economia da matéria-prima ou do produto industrial, mas a economia de produto conhecimento, do produto científico e tecnológico - afirmou.

Em aparte, José Agripino (DEM-RN) parabenizou Cristovam pelo pronunciamento. Após elogiar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pelo ato de aproximação com o presidente norte-americano, Barack Obama, o senador potiguar criticou as recentes medidas tomadas por Chaves contrárias aos interesses das companhias de petróleo prestadoras de serviços à estatal PDVSA.



11/05/2009

Agência Senado


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