Cristovam lamenta crise na Grécia e pede 'coragem cívica' ao Brasil



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em pronunciamento em Plenário nesta segunda-feira (13), mostrou preocupação com o agravamento da crise na Grécia, temendo que as manifestações de rua que resultaram em saques e incêndios marquem o início de um processo mais longo de violência. Para o parlamentar, a raiva da população é explicável pelas medidas governamentais que classificou de "suicídio social", como a demissão de 150 mil servidores públicos até 2015 e a redução do salário mínimo.

- [O pacote de medidas] é de uma violência tão grande que parece até pouco o que aconteceu na noite de ontem - lamentou o senador.

Cristovam acredita que há tempos "o rei grego estava nu": o euro supervalorizado e a facilidade de endividamento, em sua opinião, levaram a população e o governo da Grécia a se acostumarem com dinheiro fácil, numa situação que não poderia durar para sempre. Para o senador, a Europa chegou "ao limite", o que tornou necessárias as medidas de austeridade, mas criticou o aumento da carga fiscal e defendeu para a Grécia a redução dos salários mais altos e a aplicação de recursos externos em investimento produtivo.

Lembrando outras situações de crise, como na Espanha e nos Estados Unidos, Cristovam espera que o Brasil tenha "coragem cívica" para enfrentar a realidade e antecipar-se a medidas drásticas como as da Grécia - em sua avaliação dispensar servidores públicos no Brasil geraria uma crise constitucional. O senador pediu o apoio da Casa para levar a Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, uma análise política sobre a crise europeia.

- O Senado não pode ficar de fora dessa discussão. Não temos o direito de nos acovardarmos nem de nos iludirmos. Vamos enfrentar com coragem e com antecipação, e saber o que fazer - afirmou.



13/02/2012

Agência Senado


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