Cristovam lamenta mortes do filósofo Jean Baudrillard e de presidente da Fundação Darcy Ribeiro



 A presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Tatiana Memória, e o filósofo e sociólogo francês Jean Baudrillard foram homenageados na tarde desta quarta-feira (7) pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que da tribuna do Plenário lamentou a morte dos dois. Tatiana morreu no sábado (3), aos 79 anos, no Rio de Janeiro, vítima de complicações provocadas por um enfisema pulmonar. Baudrillard faleceu nesta terça-feira (6), em Paris, aos 77 anos, de câncer.

- Talvez Tatiana Memória não faça parte do imaginário de muitos, mas ela foi a pessoa que fez a implantação dos Cieps (Centros Integrados de Educação Pública) durante o governo de Leonel Brizola, no Rio de Janeiro. Ela acompanhou Darcy Ribeiro praticamente durante toda a sua vida profissional. Na última vez em que estive com ela, na Fundação Darcy Ribeiro, estava trabalhando ligada por tubinhos nos narizes a um balão de oxigênio - afirmou Cristovam Buarque.

Sobre Jean Baudrillard, Cristovam disse que conviveu com ele durante os últimos cinco anos, em encontro anual promovido pelo professor Cândido Mendes para discutir uma aproximação entre a latinidade e o islã. Participavam das reuniões pessoas da Europa, América Latina e países árabes.

Cristovam contou que, na última vez que encontrou-se com o Baudrillard, no aeroporto de Baku, no Azerbaijão, comentou com ele que o trabalho que vem desenvolvendo como representante do Distrito Federal no Senado prova uma das teorias do filósofo: a de que o mundo moderno é um simulacro, e não realidade. E que tudo o que as pessoas absorvem como existência é o que vêem nas televisões.

- Baudrillard tem razão. Falemos com franqueza. O que é a violência a não ser a que aparece na TV? A violência dos que sofrem com o analfabetismo, por exemplo, é como se não existisse.A fome no mundo, sobretudo nos outros países, é simulacro da realidade que não nos sensibiliza porque a banalidade tomou conta. As próprias guerras viraram shows transmitidos pelas emissoras de televisão. A gente não sofre com as mortes porque tem a sensação que é filme de ficção, e não realidade - observou Cristovam.



07/03/2007

Agência Senado


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