Cristovam: 'Não esperem muito de Copenhague'
A mediocridade que perdura no mundo globalizado não permite à humanidade esperar muito da cúpula do clima que a Organização das Nações Unidas realiza neste momento em Copenhague. A avaliação é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que chegou nesta terça-feira (15) à convenção, desiludido com as "preocupações miúdas" que rondam o mundo político. Em sua opinião, terá que haver uma mudança radical no pensar político para a salvação do planeta.
De acordo com Cristovam Buarque, a idéia prevalente nesta cúpula deveria ser a qualidade da vida na terra pelos próximos 100 anos, o futuro dos que continuarão habitando o planeta depois que todos morrermos. No entanto, observa ele, os líderes políticos que estão hoje em Copenhague pensam, acima de tudo, em seus eleitores e em como garantir votos na próxima eleição.
Para Cristovam Buarque, o principal desafio, nesta cúpula, é ser nacional e global ao mesmo tempo, sem perder de vista a necessidade de sacrifícios locais em benefício de um planeta mais equilibrado no futuro. "Esse é um desafio para o qual a geração sentada em Copenhague parece não estar preparada", aflige-se ele.
Na avaliação do senador, as catástrofes que ameaçam a humanidade não cabem dentro de nenhum país isoladamente, daí porque os políticos estão despreparados para enfrentar as tragédias que se anunciam no horizonte. Ele resume seu pensamento assim: "os problemas ficaram globais, mas a política ficou provinciana".
Em sua análise, o principal a ser feito agora é superar o debate entre o social e o econômico, substituindo a preocupação sobre como produzir mais e distribuir melhor, pelo questionamento sobre o que produzir e como produzir sem causar danos ao meio ambiente.
Quanto ao pensar político, Cristovam espera o nascimento de um "estadista com sentimento planetário, que não seja escravo das pesquisas de opinião, mas de preocupações com o equilíbrio ecológico". E o caminho para mudar esta mentalidade, no entender do senador, é uma revolução educacional em escala global. "Todos na escola e em uma nova escola", diz ele.
15/12/2009
Agência Senado
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