Cristovam pede a Renan que renuncie à Presidência
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em pronunciamento da tribuna, pediu ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que presidia a sessão, sua renúncia à Presidência do Senado. Cristovam disse que tal atitude ajudaria a recompor feridas e suscetibilidades, trazendo paz ao Senado, ao mesmo tempo em que permitiria a Renan recuperar sua credibilidade, "num gesto de grandeza de quem ontem teve uma grande vitória".
- A democracia é bela porque permite momentos como este - respondeu Renan, que entrou no Plenário no momento em que Cristovam dizia repetir o pronunciamento feito na sessão secreta do dia anterior (12), anunciando o voto a favor da perda de mandato de Renan.
Cristovam dizia que uma pessoa faz política com dois objetivos: o primeiro é aumentar o número de adeptos e eleitores, que chamou de amigos; o segundo é aumentar a grandeza do país e a qualidade da democracia.
- Mas há momentos em que se tem de escolher entre os dois. Eu sofro, mas não hesito: fico com a segunda parte - justificou seu voto contra Renan, com quem disse sempre ter tido "uma excelente relação pessoal".
Cristovam afirmou que, com a absolvição de Renan, o Brasil ficou menor, a democracia ficou menor e o Senado Federal ficou menor. Citou a grande quantidade de mensagens de protesto recebida nesta quinta-feira (13) pelos senadores. Afirmou que muitos serão vaiados:
- Mas a vaia não é para cada um, a vaia é para a Casa; não é para a Casa, é para o Congresso Nacional; não é para o Congresso, é para a democracia - disse Cristovam, acrescentando que, se não for encontrada uma saída, poderá ser desfeita a democracia, por falta de credibilidade desta.
O parlamentar pelo DF lembrou que Renan teve 40 votos de confiança, mas 41 de desconfiança, lembrando que houve 35 votos pedindo sua cassação e seis abstenções, que significam dúvida. Lembrou que alguns líderes partidários já anunciaram que não se sentarão na mesma mesa que Renan e que o Senado pode parar.
Cristovam teve três apartes. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou que o dia anterior foi o dia de maior torpeza na história do Senado, com os senadores "tendo de ouvir argumentos precários de pessoas precárias, tentando levar ao ridículo o país". O senador Wellington Salgado de Oliveira (PMDB-MG) afirmou concordar com a opinião de Cristovam do dia anterior, de que a sessão secreta deveria ter sido filmada. E o senador José Nery (PSOL-PA) parabenizou todos o senadores que, como Cristovam, tiveram a coragem de se manifestar na sessão secreta.
13/09/2007
Agência Senado
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