Jefferson defende que Jader renuncie à Presidência da Casa



Membro da comissão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que vai realizar apurações prévias sobre as denúncias contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), o senador Jefferson Peres (PDT-AM) defendeu, em entrevista nesta segunda-feira (dia 6), que o presidente licenciado do Senado renuncie ao cargo. Segundo ele, não há mais clima entre os senadores para que Jader permaneça no comando da Casa.

- Ele não tem condições de continuar na Presidência. Esse é o sentimento dos senadores - disse Jefferson, ressalvando que a renúncia ao mandato é uma decisão pessoal de Jader.

Jefferson afirmou que a comissão aguarda o discurso que Jader deverá fazer nesta semana para observar as acusações que o senador irá rebater e os pontos que ele pode deixar sem resposta. Para Jefferson, a comissão deve analisar "com total isenção" os extratos bancários que Jader prometeu entregar à Mesa do Senado, referentes ao período em que foi governador do Pará, entre 1983 e 1987.

Nesta terça-feira (dia 7), a comissão, que também conta com a participação dos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e João Alberto (PMDB-MA), realiza a sua primeira reunião, quando irá definir o seu funcionamento. Ele adiantou que a comissão não deve escolher um relator e que o relatório final, caso não seja aprovado por unanimidade, será acompanhado de um voto em separado do senador que tiver um entendimento diferente dos demais.

Como primeira diligência, Jefferson disse que a comissão deve solicitar as fitas com gravações telefônicas nas quais o deputado estadual Mário Frota envolveria Jader em suposta cobrança de propina para liberação de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A comissão deve também, segundo Jefferson, enviar as gravações para perícia. De acordo com o senador, a análise das conversações é importante para confirmar se a voz é ou não do deputado.

A partir daí, continuou Jefferson, a comissão vai decidir quando ouve o deputado e quais serão as primeiras testemunhas. O senador informou ainda que Jader deve ser o último a ser ouvido para poder falar sobre todos os elementos abordados pelas demais testemunhas.

- Vamos fazer as apurações com isenção, sem querer linchá-lo ou inocentá-lo previamente. A comissão vai agir corretamente, como é a sua obrigação. Não podemos fazer um prejulgamento. Ele tem amplo direito à defesa e podemos, inclusive, inocentá-lo ao final - afirmou Jefferson.

06/08/2001

Agência Senado


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