Cristovam pede ao Ministério do Planejamento que abra negociações para acabar com a greve da UnB
Mesmo após a Advocacia-Geral da União recomendar o cumprimento da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, de pagar a Unidade de Referência e Padrão (URP) aos professores da Universidade de Brasília (UnB), a greve que paralisa a instituição há 55 dias poderá prosseguir. O motivo é que o pagamento da URP não foi estendido aos servidores técnico-administrativos. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apelou ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que aceite a instalação de uma mesa de negociações para resolver o impasse.
A proposta do senador, que foi reitor e continua dando aulas na UnB, é que a mesa de negociações conte com representantes do Ministério do Planejamento, dos funcionários, dos professores, dos alunos e da administração da UnB. Cristovam Buarque colocou-se à disposição para auxiliar na busca de soluções e sugeriu a participação de outros parlamentares, tanto senadores quanto deputados federais e distritais.
- São 28 mil estudantes e mais três mil matriculados na pós-graduação sem aulas há quase dois meses. Dessa vez ninguém pode reclamar da greve. Ela não foi deflagrada para reivindicar salários maiores, mas para impedir sua redução. É inacreditável que seja necessária uma greve para impedir a redução de salários que são pagos há vinte anos - lamentou Cristovam Buarque.
A URP, criada no final dos anos 1980, é um percentual adicionado ao salário dos funcionários públicos para compensar a perda salarial provocada por planos econômicos lançados pelo governo com o objetivo de reduzir a inflação. Na avaliação de Cristovam Buarque, se houve pagamento indevido da URP, o servidor beneficiado não pode ser considerado culpado por eventualmente ter recebido a mais.
O senador pelo Distrito Federal ressaltou que a greve em uma instituição de ensino produz danos irreparáveis. Quando uma fábrica retoma suas atividades depois de uma paralisação, o serviço prossegue normalmente. O mesmo não ocorre quando alunos de uma escola ou universidade passam uma temporada sem aulas.
- Não se monta a cabeça de uma pessoa como se fabrica um automóvel, ou como se constrói uma parede de tijolos. Para uma pessoa ser formada é necessário muito mais do que um simples processo de montagem. A cada dia que passa, uma greve em uma instituição de ensino provoca danos cada vez maiores. Estudantes e professores perdem o estímulo e o entusiasmo - afirmou Cristovam.
03/05/2010
Agência Senado
Artigos Relacionados
Iris pede diálogo para acabar com greve de fome de sindicalistas
Direito de greve exige regras para negociação coletiva, diz Ministério do Planejamento
Haddad pede suspensão de greve dos técnicos das universidades federais para retomada de negociações
HELOÍSA APÓIA GREVE DE SERVIDORES E PEDE ABERTURA DE NEGOCIAÇÕES
Cristovam pede esforço para acabar com analfabetismo no Brasil
Representante de bancários em greve pede que Sarney ajude a reabrir negociações