Cristovam pede aos presidenciáveis que expliquem suas ideias sobre soberania nacional
O cenário político nacional mostra que a disputa pela Presidência da República já está no segundo turno, antes mesmo de ter passado pelo primeiro. Mais do que isso: a população não sabe o que pensam os candidatos Dilma Rousseff e José Serra, sobretudo no que diz respeito à soberania nacional. Essa é a avaliação do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que, da tribuna do Plenário, defendeu um novo modelo de soberania para o Brasil.
- Creio que não merece ser presidente da República quem não disser como é que vai definir soberania nos tempos da globalização e desta revolução científica e tecnológica que está avançando no mundo inteiro. Precisamos de um conceito novo de soberania, que eu venho chamando de soberania com responsabilidade planetária, com responsabilidade com toda a humanidade - afirmou Cristovam Buarque.
Sobre a soberania da Amazônia, Cristovam lamentou que quando alguém se refere ao assunto é para repetir que a Amazônia é brasileira e que, portanto, o país tem o direito de destruí-la. Ao contrário, ele defendeu que o Brasil deve dizer ao mundo inteiro que é dono da Amazônia, mas que vai cuidar dela como sendo também um patrimônio da humanidade.
Na opinião do senador, se, por exemplo, os Estados Unidos defenderem a internacionalização da Amazônia, o Brasil deve argumentar que, nesse caso, as ogivas nucleares devem ser também internacionalizadas, já que elas ameaçam mais o futuro do planeta do que as queimadas. Que os museus sejam também internacionalizados, já que as artes não devem pertencer a país nenhum.
- Se querem internacionalizar a Amazônia, que internacionalizem todos os recursos que cada país tem e que internacionalizem, sobretudo, as crianças do mundo, porque não se justifica falar em internacionalizar a Amazônia se as crianças ficam divididas entre aquelas que podem sobreviver, porque são ricas, e aquelas que vão morrer crianças, porque são pobres - afirmou Cristovam.
A tese defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a exploração do petróleo da camada pré-sal trará soberania ao Brasil, também foi rebatida por Cristovam Buarque. Na sua avaliação, quem dá soberania é a pré-escola, e não o pré-sal. O senador lembrou que o Brasil sequer possui recursos tecnológicos para explorar esse petróleo, apesar de a Petrobras ser um dos centros mais importantes no desenvolvimento da ciência e tecnologia do país.
- O lugar da defesa da soberania é a escola. O instrumento da conquista da soberania é a educação, porque, por intermédio dela, vamos poder gerar o conhecimento necessário - defendeu.
25/05/2009
Agência Senado
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