Cristovam pede que senadores votem caso Renan de forma consciente
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu em Plenário, nesta segunda-feira (10), que os senadores votem de forma consciente o projeto de resolução do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que propõe a perda do mandato do senador Renan Calheiros, presidente do Senado, por quebra de decoro. O projeto será votado na quarta-feira (12), em sessão extraordinária secreta, com voto fechado. Ele chamou a atenção para a importância da votação e chamou os parlamentares a uma reflexão.
- É o sim ou é o não que ajuda a construir o Brasil? É aprovar o relatório do Conselho de Ética ou é recusá-lo que ajuda este país a caminhar mais na luta contra as injustiças, contra a corrupção, pela democracia, pela estabilidade? É o sim ou é o não? Se a gente pensar nessa idéia como um operário pensa e sente, quando sai de casa de manhã para construir a parede de um edifício; se nos víssemos aqui como operários da construção de um país, creio que a gente começaria a encontrar o rumo certo na hora de dar os votos - disse o senador.
Em seu pronunciamento, Cristovam também sugeriu que o Regimento Interno do Senado Federal seja alterado para permitir que as votações sejam realizadas de forma aberta. Para ele, a votação secreta sobre a cassação do presidente de um dos Poderes da República não ajuda a construir o país. Para o senador, a sessão será "escondida" e não secreta, uma vez que sua realização é do conhecimento de toda a Nação.
- Votar secreto, numa sessão secreta não ajuda a construir o país. Está na hora de mudar o regimento, sobretudo quando se trata de algo que nos diz respeito - disse.
Reformas
Cristovam voltou a recomendar a instituição de uma agenda que discuta no Congresso Nacional medidas que visem a reformar o Brasil. Em sua opinião, o Senado precisa mostrar à sociedade que tem compromisso com a construção do Brasil e não levar adiante a imagem de que a Casa apenas se preocupa com comissões parlamentares de inquérito - as CPIs.
Para o senador, os parlamentares precisam se reunir por, no mínimo, dois meses, sem irem às bases, para discutirem as necessidades prioritárias dos brasileiros. Nesse período, denominado por Cristovam como anti-recesso, os senadores e deputados também devem discutir procedimentos que evitem a corrupção.
- Se discute como punir, mas não se discute como evitar corrupção - observou.
10/09/2007
Agência Senado
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