Cristovam: Saída para a crise deve ser alternativa, e não a repetição dos velhos modelos
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em discurso nesta terça-feira (3), afirmou que a saída para a crise financeira que afeta o Brasil e o resto do mundo não será encontrada na "repetição do mesmo modelo":
- A gente continua prisioneiros da visão privatista, individual, com o mercado produzindo para atender às demandas privadas, e não as públicas.
Cristovam criticou o estímulo garantido pelo governo aos bancos para que continuem a garantir crédito aos cidadãos que pretendem adquirir automóveis, estimulando assim a indústria automobilística, para tentar garantir a atividade comercial e os empregos no país, saída que a seu ver gerará, mais cedo ou mais tarde, outra crise. Cristovam citou ainda reportagem publicada na última semana pela imprensa indicando que mais de 100 mil pessoas tiveram seus carros tomados pelos bancos por falta de pagamento e questionou "por que não investir em automóveis de serviço público", como ambulâncias, ou veículos de transporte público.
Outra saída para a crise, numa visão "alternativa, ecológica, para produzir o que o povo precisa", afirmou o senador, seria o Estado investir na construção e reforma das mais de 200 mil escolas do país, de equipamentos como quadras de esportes e teatros ou na aquisição de computadores, o que geraria muitos empregos. Ou ainda na contratação de reflorestadores ou de pessoas para trabalhar na revitalização do Rio São Francisco, por exemplo.
- É uma pena que o governo brasileiro não esteja percebendo a grande chance que essa crise pode nos trazer de orientar o modelo de desenvolvimento - afirmou.
Cristovam também disse depositar esperanças na comissão criada pelo presidente do Senado, José Sarney, para estudar as causas da crise e os efeitos dela no Brasil. O senador disse que "lamentará" caso se repita o "velho modelo de solução", e espera que a comissão perceba que a crise não é apenas financeira, mas mais complexa: é também, em sua opinião, "social, ideológica, ecológica, exige imaginação e a busca do novo, do alternativo".
O senador também defendeu investimentos em educação e lamentou que os prefeitos argumentem não existir recursos para pagar o piso nacional para os professores da educação básica.
03/03/2009
Agência Senado
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