Cristovam propõe saída alternativa para a crise



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse, na noite desta quarta-feira (11), que o Brasil pode apontar uma saída alternativa e de longo prazo para a crise global. Esclarecendo que as turbulências vividas atualmente não são apenas de natureza econômico-financeira, mas compõem um processo de degradação com dimensões sociais, ecológicas e intelectuais, o parlamentar propôs que o país adote um conjunto de medidas também de amplo escopo.

Cristovam Buarque mencionou como exemplo de solução à antiga o estímulo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de modo a garantir as vendas da indústria automobilística. Para ele, isso soa como "o velho keynesianismo", ou seja, as ideias intervencionistas clássicas receitadas pelo célebre economista norte-americano John Maynard Keynes.

O senador acredita que muito mais vantajoso para o país - e para a maior parte do mundo - seria, por exemplo, investir dinheiro em projetos educacionais, remunerando jovens professores e monitores que hoje estão sem trabalho. Isso ao mesmo tempo dinamizaria a economia, por força da redistribuição da renda, e contribuiria para melhorar o nível educacional, com reflexos futuros na produtividade.

Na mesma linha, ele sugeriu que os recursos hoje destinados a empresas para que não demitam - muitas vezes sem sucesso - poderiam ser canalizados para projetos ecológicos. O senador entende que, agindo assim, o governo poderia ampliar o alcance da população e dos segmentos econômicos atendidos, induzindo a um novo padrão de funcionamento da economia desligado dos interesses específicos "das corporações".

- O Brasil é o país ideal para se fazer isso porque somos um espelho do mundo, refletindo a média do que ocorre em termos sociais, econômicos e ecológicos - afirmou Cristovam, acrescentando que o país tem, ao mesmo tempo, os problemas e os recursos para solucioná-los.

Em sua opinião, o que impede que seja desencadeado um processo arrojado de mudanças é a escassez generalizada de ideias ou mesmo o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar hesitando em implantar tais ideias. O parlamentar acha que essa hesitação pode ser fruto dos cálculos políticos de Lula com respeito à sua sucessão em 2010.

- Precisamos olhar além da recessão; olhar o mundo com olhos de humanistas e não de financistas - aconselhou Cristovam.



11/03/2009

Agência Senado


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