CUT e Anamatra condenam propaganda do governo



Durante a audiência pública para instruir a votação do projeto de lei que flexibiliza regras trabalhistas, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, e o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Hugo Cavalcanti Melo Filho, condenaram o gasto de R$ 2,5 milhões pelo governo federal em publicidade favorável à aprovação da proposta em discussão. Eles também criticaram a participação do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, na propaganda.

- Se as alterações nos direitos trabalhistas realmente fossem benéficas, não seria necessária publicidade. A matéria paga é até uma afronta ao Senado - disse João Felício, que chamou Paulinho de "garoto-propaganda do governo".

O representante da Anamatra disse que o gasto em publicidade para defender uma proposta em debate no Congresso é um fato inédito, agravado pelo fato de, na sua opinião, a propaganda do governo ser enganosa. Por esse motivo, ele revelou que a Anamatra pediu ressarcimento dos valores gastos na campanha publicitária, citando como réu o ministro do Trabalho e Emprego, Francisco Dornelles. Os magistrados também pedem, por meio de liminar, a suspensão imediata da propaganda.

Para João Felício, a participação de Paulinho na propaganda compromete ainda a autonomia e a independência dos sindicatos em relação ao governo.



26/02/2002

Agência Senado


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