Delcídio diz que acidente no Japão não pode condenar programas nucleares




Em pronunciamento nesta quinta-feira (17), o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse que os programas nucleares de várias nações não podem ser simplesmente condenados em virtude do acidente ocorrido na usina nuclear de Fukushima, no Japão, em consequência do terremoto que atingiu o país.

O senador disse que os vários países que trabalham com energia nuclear já estão estudando com profundidade o caso do Japão, com o intuito de buscarem o aperfeiçoamento e a melhoria técnica de suas usinas. Ele acrescentou que isso também precisa ocorrer ser feito no Brasil.

- Nós temos que aprender a lição, mas não podemos radicalizar; temos que ter equilíbrio na avaliação dessas questões. O momento é de preocupação mas, acima de tudo, de aprendizado, de entendimento das falhas, não só operacionais, mas também as falhas de gestão - opinou.

Delcídio informou que as tecnologias utilizadas nas usinas nucleares brasileiras Angra 1 e Angra 2 são diferentes da tecnologia da usina de Fukushima, sendo as brasileiras mais seguras, por independerem de energia elétrica para o resfriamento do reator.

O senador disse ainda que as usinas nucleares brasileiras têm plano de emergência externa com dezenas de rotinas de segurança, como sistema de alerta sonoro e por meio de rádios e TVs locais; campanhas permanentes de esclarecimento à população e exercícios simulados de emergência periódicos.

Segundo o senador, as usinas brasileiras são preparadas para aguentar terremotos de 6° na escala Richter e tsunamis com ondas de até sete metros. Grandes terremotos em solo brasileiro são praticamente impossíveis, acrescentou Delcídio, uma vez que o território brasileiro está distante da junção de placas tectônicas.

- Esses tristes acontecimentos ocorridos no Japão merecem uma reflexão intensa nossa, uma reflexão também do nosso programa nuclear. Mas não radicalizando em função do que aconteceu, não partindo para comportamentos ou leituras que não correspondem à realidade que nós vivemos hoje, não só sob o ponto de vista geológico no Brasil, mas sob o ponto de vista tecnológico das usinas e das providências especialmente voltadas a essas emergências - afirmou.

Em aparte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que os sistemas de prevenção e de defesa civil do Brasil ainda são muito frágeis. Ele defende a criação de uma comissão externa de senadores para analisarem, in loco, a condição das usinas nucleares nacionais.



17/03/2011

Agência Senado


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