Delcídio esclarece denúncia sobre uso de avião



O senador Delcídio Amaral (PT-MS) defendeu-se, nesta segunda-feira (21), na tribuna do Senado, da acusação de ter tido as despesas de aluguel de um bimotor pagas pelo dono da Construtora Gautama, Zuleido Veras, acusado de participação em esquema de desvio de dinheiro público e fraude em licitações desvendado pela Polícia Federal na Operação Navalha.

Delcídio afirmou ter feito o pedido de um avião para o empresário e amigo Luiz Gonzaga Salomon para deslocar-se, no dia 4 de abril, para Barretos (SP), em razão do falecimento de seu sogro. De acordo com o senador, Salomon teria recorrido a Zuleido Veras para o pagamento da fatura do serviço sem o seu conhecimento. Em carta enviada ao senador, lida por este no pronunciamento, Salomon esclarece que a fatura junto à empresa de táxi aéreo não foi paga pela Gautama.

- A dívida é minha e pretendo honrá-la. Pedi prazo de 60 dias. Ela vence agora no dia 5 de junho - disse o senador.

Durante seu pronunciamento, Delcídio dispôs-se a assinar requerimento de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias que vieram a público a partir da Operação Navalha, caso algum parlamentar o apresente.

O parlamentar disse que, tão logo se inteirou da denúncia, mandou verificar todas as emendas apresentadas por ele ao orçamento da União e não encontrou nenhuma destinando recursos a obras executadas pela Gautama em Mato Grosso do Sul. O parlamentar pediu ainda ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do estado que verifique a existência de obras sob a responsabilidade da Gautama.

Outras medidas adotadas pelo senador para esclarecer os fatos foram, conforme informou ao Plenário, o rastreamento de todas as ligações telefônicas de seu gabinete desde o início de seu mandato em 2003; a apresentação de contas de sua campanha; a apresentação de sua declaração de Imposto de Renda de 2007 e dos anos anteriores. O senador afirmou que todas as informações serão colocadas à disposição em seu site (www.delcidio.com.br).

- Talvez o parlamentar que teve sua vida mais investigada tenha sido eu nos onze meses da CPI dos Correios - disse o senador.

Delcídio lembrou que, em diversas ocasiões, já teve sua lisura como homem público questionada e que, em todas elas, conseguiu provar "documentalmente" ser inocente das acusações a ele imputadas, como a de que seria responsável pela indicação de um desembargador do Tribunal Regional Federal de São Paulo envolvido em irregularidades descobertas pela Operação Têmis, da Polícia Federal.

O senador disse ainda que não tem nenhum problema em dizer que conhece o empresário Zuleido Veras da época em que este atuava na empreiteira OAS, na década de 80. Em entrevista à imprensa logo após seu pronunciamento, ele afirmou que poucos são os parlamentares que poderão dizer que não conhecem Zuleido, pois este teria trânsito freqüente no Congresso Nacional.

O senador recebeu apoio dos colegas Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Edison Lobão (DEM-MA), Heráclito Fortes (DEM-PI), Papaléo Paes (PSDB-AP) e Romero Jucá (PMDB-RR).

21/05/2007

Agência Senado


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