Demóstenes: apurar o que aconteceu no apagão é uma questão de respeito com o Brasil
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) criticou o governo nesta terça-feira (17) pelo que considerou falta de habilidade em prestar explicações sobre as causas do blecaute que atingiu o país na última semana. Na avaliação do senador, a atuação do governo foi desastrosa.
Demóstenes mencionou declarações dadas por ministros como Tarso Genro, da Justiça, para quem o chamado apagão foi "apenas um microincidente", e Dilma Rousseff, da Casa Civil, que, a seu ver, demonstrou "analfabetismo energético".
- O despreparo da ministra no gerenciamento da crise só não foi mais contundente porque o seu desconhecimento do setor sobressaiu - declarou Demóstenes.
O senador se referiu a informações técnicas que seriam equivocadas e foram prestadas pela ministra em entrevistas. Além disso, "com arroubos de autoritarismo", afirmou ele, Dilma teria dado o assunto por "encerrado" dias depois do episódio. Demóstenes disse que a ministra se mostrou "indignada e petulante" quando deveria ter administrado a crise "de forma serena".
O parlamentar assinalou que o Brasil tem hoje uma relativa folga entre a disponibilidade de energia e o consumo, devido à incorporação à matriz energética das usinas termelétricas - altamente poluentes - e ao baixo crescimento da demanda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, ele lembrou que o sistema ainda depende muito da matriz hidrológica.
- Uma combinação de dois anos de escassez hídrica com crescimento [da demanda] acima de 5% seria suficiente para que o sistema voltasse a operar no limite ou mesmo, sem catastrofismo, entrar em colapso, como ocorreu em 2001 - alertou o senador.
Demóstenes disse que o país precisa se estruturar para a utilização de fontes alternativas de energia, como a eólica.
Em aparte, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) afirmou que a responsabilidade pelo Ministério de Minas e Energia é do ministro Edison Lobão, que é seu pai, e não da ministra Dilma.
- Não é ela que tem que responder pelo apagão - disse o senador.
Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que governos competentes não levariam quatro horas para restabelecer o sistema.
17/11/2009
Agência Senado
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