Demóstenes quer investigar denúncia de perseguição ideológica na UnB




Citando reportagem da revista Veja sobre a perseguição ideológica que estaria sendo praticada na Universidade de Brasília (UnB), liderada pelo próprio reitor, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) questionou nesta terça-feira (5) se foi para isso que deram autonomia às universidades brasileiras. Ele assinalou que a universidade "é um florescer" que promove a evolução do conhecimento e que a razão disso é uma tolerância saudável entre as divergências.

- Amanhã (6), apresento à Comissão de Educação um requerimento para que venha, entre outros, o senhor reitor dar as devidas explicações, bem como aqueles que se dizem - e que evidentemente são - perseguidos pela patrulha ideológica implantada na UnB - anunciou.

Demóstenes acrescentou que convocará também para o debate a procuradora Roberta Kauffman, os professores Marco Antonio Vila, Márcio Pimentel e Inês Pires de Almeida. Ele disse que também convocará Marcelo Hermes Lima, o jurista Ibsen Noronha, o urbanista Frederico Flósculo, a professora Tânia Montoro e convidará o sociólogo Demétrio Magnoli.

- O que queremos fazer aqui é o que a universidade está se recusando a fazer: debater - afirmou.

Segundo a reportagem de Veja, intitulada "Madraçal no planalto", funcionários, estudantes e professores da UnB denunciaram estar sofrendo perseguição ideológica e até agressões. Professores disseram que seus projetos de pesquisa estão sendo sistematicamente rejeitados e sabotados apenas por pensarem de maneira diferente do grupo liderado pelo reitor José Geraldo Souza Júnior.

Demóstenes disse que houve um golpe em relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para que José Geraldo fosse eleito para o cargo de reitor da UnB. Ele explicou que a lei determina que os professores têm direito a um peso de 70% da votação, mas fizeram um acordo com aval do Ministério da Justiça para utilizar uma média ponderada em que os professores tivessem apenas 40% desses votos.

- E, com isso, se 'elegeu' o senhor José Geraldo, que na realidade foi colocado lá ao arrepio da lei. A UnB chegou a esse nível, que é definido pela revista Veja como "um madraçal esquerdista em que a doutrinação substituiu as atividades acadêmicas essenciais. Há manifestações constantes de intolerância. Ou você é um esquerdista ou você está fora dos planos da UnB. Tem o aval completo do MEC essa loucura universitária - afirmou.



05/07/2011

Agência Senado


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