Demóstenes: "Senado não vai colaborar para fazer uma grande pizza"
O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), vice-presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, repudiou em Plenário, nesta quinta-feira (17), declaração do senador João Alberto Souza (PMDB-MA), presidente do conselho, de que poderia arquivar o processo destinado a investigar e cassar três senadores envolvidos em denúncias que estão sendo apuradas pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Sanguessugas. A CPI investiga o superfaturamento na compra de ambulâncias para municípios por meio de emendas ao orçamento da União.
Para o senador,as atribuições do Conselho de Ética não podem ser barradas por iniciativa apenas do presidente do conselho, "sob o risco de o Senado ser acusado de fazer uma grande pizza ao arquivar o processo de cassação".
Demóstenes foi o primeiro orador da sessão não deliberativa e criticou João Alberto por ter declarado que poderia arquivar o processo por falta de provas cabais, acrescentando que até o momento só tinha o depoimento de "um bandido", referindo-se a Luiz Antonio Vedoin - sócio da Planam, a empresa que ganhou licitações para a compra das ambulâncias.
- Trata-se de fato imputado contra parlamentares envolvendo interesse público. Ele não pode impedir que os senadores façam investigação sobre colegas. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen [SC], disse que o partido não aceita o arquivamento e eu defendo essa opinião, apesar do relacionamento que temos com os senadores citados - disse.
Em apartes, o senador Magno Malta (PL-ES) reiterou sua inocência no caso. Ele,o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), foram citados por Luiz Antonio Vedoin na CPI dos Sanguessugas.
Respondendo a Magno Malta, Demóstenes Torres sustentou a necessidade de abertura do processo no Conselho de Ética, salientando que as investigações serão benéficas para a imagem do Senado e também para os senadores acusados, que assim poderiam contestar a denúncia e provar inocência.
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) defendeu João Alberto Souza, ressaltando que o parlamentar apenas enfatizou a necessidade de que as provas fossem decisivas para a abertura do processo no conselho. Demóstenes ponderou que a declaração de João Alberto "talvez tenha sido mal interpretada".
- A delação premiada não desqualifica o processo. Ela deve ser levada a sério e pode condenar ou absolver os denunciados - disse, referindo-se ao depoimento de Vedoin na CPI.
17/08/2006
Agência Senado
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