Denúncia de jornal gera impasse na CPI
Matéria publicada na edição do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (10), intitulada "CPI apura elo entre ONGs sob suspeita e deputados", tornou-se o centro dos debates na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais nesta terça-feira (11) e gerou tumulto entre os senadores presentes à reunião.
Ao abrir a reunião de depoimentos, o senador Sibá Machado (PT-AC) pediu a palavra para criticar a denúncia feita pelo periódico pela qual um relatório em poder da CPI - mas não divulgado aos senadores -, sob o título " Levantamento de Conexões", indicaria possíveis vínculos entre ONGs e parlamentares. Da lista publicada, constavam os nomes de cinco deputados federais: Adão Preto (PT-RS), Marco Maia (PT-RS), Assis Miguel de Couto (PT-PR), Anselmo de Jesus (PT-RO) e Sandra Rosado (PSB-RN).
Nervoso, Sibá, que chegou a discutir com o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), questionou o presidente da comissão, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), e o relator, Inácio Arruda (PC do B-CE), sobre a existência do documento.
Diante da confirmação, Sibá solicitou a Raimundo Colombo que tomasse providências no sentido de identificar o assessor técnico da CPI que teria repassado as informações para o jornal.
- Gostaria de pedir o afastamento do consultor que passou essas informações, pois houve quebra de confiança - afirmou Sibá.
A solicitação foi imediatamente rebatida por Heráclito, por entender que sugeria "uma censura prévia a um funcionário". O senador pelo Piauí apresentou, então, uma novasugestão.
- Vamos investigar os cinco citados. Quero uma apuração isenta dos fatos - defendeu Heráclito, para quem Sibá estava " partidarizando" a questão.
Ofendida com as acusações, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) pediu a Heráclito que respeitasse seu partido, não utilizando mais a palavra "palhaço" ao referir-se ao PT. Ao comentar o debate, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) afirmou que a discussão estava "contrariando o espírito da CPI".
Ao retomar a palavra, Raimundo Colombo sustentou não ser papel da CPI a omissão, ressaltando a grande responsabilidade de sua missão.
- Temos uma grande responsabilidade com a Nação. Temos que eliminar esse vício (de má utilização de recursos públicos) e punir os responsáveis. Temos também que aprofundar a investigação dos fatos, modificar e evoluir a legislação vigente - afirmou o presidente da comissão.
Inácio Arruda lembrou que a CPI já tem aprovados requerimentos para convocação de cerca de 40 representantes de ONGs.
11/03/2008
Agência Senado
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