Depoimentos vão aprofundar investigações sobre Banco Araucária e Paulo Maluf



Depoimentos marcados pela CPI do Banestado para agosto serão direcionados a aprofundar as investigações sobre irregularidades e desvio de recursos para o exterior pelo Banco Araucária e na administração do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf. Nessa fase da CPI, serão ouvidos o ex-governador do Paraná Jaime Canet Júnior e Nicéa Camargo, que foi casada com ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Canet foi denunciado pelo Ministério Público nas investigações sobre o Banco Araucária, enquanto Nicéa acusa Maluf de desviar dinheiro recebido como propina para o exterior.

No dia 14 de agosto, serão ouvidos os diretores do extinto Banco Araucária Ruth Wathely Bandeira e Alberto Dalcanale Neto. Segundo o procurador da República Luiz Francisco de Souza, o Araucária, um dos cinco bancos com agências em Foz do Iguaçu autorizadas a operar com depósitos acima de R$ 10 mil em contas CC-5, remeteu US$ 5 bilhões para o exterior entre 1996 e 1999.

Ainda sobre esse caso, os parlamentares da CPI vão tomar o depoimento, no dia 21 de agosto, de Jaime Canet Júnior, que governou o Paraná entre 1975 e 1979. Ele é um dos 194 denunciados pela força-tarefa do Ministério Público no processo que investiga a lavagem de dinheiro no Banestado e no Banco Araucária. Os denunciados são acusados pelos procuradores de crimes como evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Antes disso, no dia 19 de agosto, os parlamentares da CPI devem ouvir o promotor de justiça de São Paulo Sílvio Marques, que investiga o suposto esquema de corrupção na administração Paulo Maluf na prefeitura de São Paulo entre 1993 e 1996 e em autarquias e empresas públicas. De acordo com as investigações da Promotoria de SP, a empreiteira Mendes Júnior teria pago propina a servidores públicos e o dinheiro seria enviado para paraísos fiscais.

No mesmo dia, será ouvido o ex-coordenador administrativo-financeiro da empreiteira Simeão Damasceno de Oliveira, que revelou aos promotores a existência de -caixa dois- na empreiteira, montado para facilitar o desvio de verbas de obras superfaturadas e posterior remessa do dinheiro para o exterior. Finalmente, no dia 21 de agosto, a CPI ouve Nicéa Camargo.




05/08/2003

Agência Senado


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