Deputado Érico considera cara Universidade Estadual
O vice-líder da bancada do PPB na Assembléia Legislativa, deputado Érico Ribeiro, afirmou, ontem, durante o período destinado ao Grande Expediente, que a simples criação de uma reitoria não institui uma universidade, e nem concede graduação. Abordando o interesse do governo gaúcho de criar uma instituição de ensino superior estadual, que custa caro e não põe ninguém a estudar, Érico disse que “produziria efeitos imediatos e custaria muito mais barato” implementar o projeto de sua autoria, aprovado em dezembro de 2000, mas vetado pelo governador. “Com o apoio dos meus colegas, espero que o veto seja rejeitado em plenário”, apelou.
Érico sustentou que seu projeto estabelece diretrizes sensatas, evitando a criação de uma universidade pública onerosa, de necessidade duvidosa e de viabilidade demorada. Com o sentido estratégico de seu próprio desenvolvimento, o Estado poderia, conforme o projeto do deputado, firmar convênios com instituições públicas e privadas para adquirir vagas ou instituir cursos; utilizar recursos virtuais para educação à distância; instituir bolsas prêmio; cobrar mensalidades até o limite de 5% da renda familiar dos alunos; estabelecer crédito educativo para os saldos devedores das mensalidades; cobrar prestação de serviço público proporcional ao benefício financeiro que tenha sido concedido aos alunos.
Os cursos e vagas seriam abertos conforme a conveniência do Estado, e extintos quando atendidas as necessidades de criação, acrescentou. O vice-líder da bancada do PPB leu manifestações recebidas de parte de representantes de diversas universidades. O professor Morvan Meirelles Ferrugem, da Urcamp, afirmou que “não só na universidade que dirijo, mas seguramente em todas as demais do interior gaúcho, existem cursos que não preenchem todas as vagas iniciais, através de vestibular”. Ele citou, entre outros, cursos de educação, agronomia, engenharia.
No mesmo sentido, o reitor da Universidade Católica de Pelotas, professor Alencar Mello Proença, disse que há disponibilidade de aproximadamente 300 vagas em cursos como Arquitetura, Informática, Engenharia Elétrica/Eletrônica, Psicologia, Ecologia, Jornalismo, Filosofia.
Não é diferente a situação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que dispõe de 1.151 vagas abertas em 36 cursos, sendo 713 delas em Porto Alegre e 438 em Uruguaiana. O reitor Norberto Rauch afirmou que um sistema bem estruturado de bolsas de estudo pode oferecer maior eficiência e eficácia do que a criação de uma universidade estadual.
O deputado Érico Ribeiro criticou ainda a incoerência do governo estadual, cujo projeto relacionado ao educandário, prevê pagamento do transporte pelos próprios alunos, enquanto “gente sua” invade a reitoria da Universidade Federal de Pelotas, promovendo desordem para pleitear o mesmo subsídio ao governo federal.
04/04/2001
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