JÁDER DIZ ESTAR SENDO VÍTIMA DE REPRESÁLIA



Em contestação a matéria intitulada O passado bate à porta, publicada na última edição da revista IstoÉ, o senador Jáder Barbalho (PMDB-PA) divulgou hoje (dia 22) nota em que afirma considerar-se "vítima de mesquinha represália" por parte do atual diretor-geral da Polícia Federal.

À nota, o senador anexou um protocolo assinado pelo delegado Francisco de Assis A. da Silva e um despacho do coordenador regional judiciário José Gomes Pereira e do superintendente José Armando da Costa, todos da Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal.

Os documentos são de novembro de 1988 e, segundo afirma o senador em sua nota, mostram que, no exercício do cargo de ministro da Reforma Agrária, detectou em tempo hábil irregularidades no pagamento, em Títulos da Dívida Agrária (TDAs),de uma desapropriação que se verificoufraudulenta, determinou cancelamento dos TDAs emitidos, anulou o acordo de desapropriação e solicitou instauração de inquérito por parte da Polícia Federal.

O protocolo refere-se ao pedido de abertura de inquérito policial e o despacho, por sua vez, assinala que a superintendência da Polícia Federal não encontrou motivo que justificasse sua interveniência, pela inexistência de "qualquer prejuízo material à União". Conforme a revista, o Ministério Público remeteu à Justiça, no último dia 18, inquérito em que a PF pede o indiciamento criminal do senador.

- É absolutamente inquestionável que foi graças às drásticas medidas por mim adotadas que até hoje nenhum pagamento pelo erário foi despendido através do Incra para pagamento das TDAs de tal desapropriação, disputada pelos sócios em conflito - frisou o senador.

Jáder Barbalho disse que não é a primeira vez que sofre represálias. No ano passado, por defender a instalação de uma CPI do Sistema Financeiro, "ex-autoridade do Banco Central vazou, no anonimato, um documento apócrifo e falso acusando de deslize um fato que teria ocorrido há 12 anos atrás, quando exerci pela primeira vez o governo do Pará", observou.

Agora, acrescentou o senador, "a farsa do momento" deve-se ao fato de ele ter encabeçado documento assinado por vários senadores e dirigido ao ministro da Justiça, Íris Rezende, em que é indicado o nome de João Batista Campelo para ocupar o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

- É que não atentei que, após o escândalo das fitas gravadas de conversas do chefe do cerimonial da Presidência da República, embaixador Júlio César, e o envolvimento, no caso, do secretário particular do presidente, Francisco Graziano, o diretor da Polícia Federal tornou-se autoridade intocável na República, face a especulações de ter mais fitas gravadas além daquelas que são do conhecimento público - afirmou o senador na nota.



22/09/1997

Agência Senado


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