Dias questiona falta de vigor do governo na luta pelo fim dos subsídios americano e europeu
- O presidente vai à França, discursa no Parlamento e é aplaudido de pé. Vai aos Estados Unidos, conversa com George Bush e, aqui, os governistas comemoram e proclamam sua habilidade diplomática. Sem dúvida, o discurso é competente, mas e as providências? E as ações que deveram suceder o discurso? - perguntou.
O senador observou que os países mais avançados, amparados nas melhores teorias econômicas, preconizam as virtudes do livre comércio, mas estão longe de praticá-las e praticam o protecionismo por meio de barreiras não tarifárias de diversos tipos, além dos subsídios maciços à agricultura.
- O protecionismo agrícola é certamente um obstáculo importante porque penaliza uma parte substancial do comércio exterior brasileiro. A agricultura brasileira é responsável por 30% do PIB e por 25% dos empregos. Os subsídio internos também são um fator relevante na medida em que eles distorcem os preços. Se alguém dá subsídios aos produtores de soja, por exemplo, faz com que os preços caiam nos mercados internacionais e isso penaliza produtores não subsidiados - explicou.
Para Dias, existe uma contradição entre a pregação dos países desenvolvidos sobre abertura econômica, competição leal e livre, e a política que aplicam no comércio internacional. Por essa razão o senador acha que o governo brasileiro deveria negociar com mais vigor, de modo a forçar um ambiente de maior competição, permitindo baixar pela metade o preço das comidas típicas da Europa.
- Se os europeus entendem que devem subsidiar a agricultura, é questão interna deles. O condenável é barrar a competição de fora, tanto na Europa quanto nos países onde eles vendem seus produtos. Os europeus gastam por ano US$ 60 bilhões subsidiando a agricultura - observou Dias.
20/11/2001
Agência Senado
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