LAURO CAMPOS ATACA FHC USANDO SEUS PRÓPRIOS DISCURSOS



Em discurso nesta terça-feira (dia 28), o senador Lauro Campos (PT-DF) voltou a atacar o presidente Fernando Henrique Cardoso pela condução da política econômica do país. Tendo em mãos o livro A Outra Face do Presidente - uma coletânea de discursos proferidos pelo então senador Fernando Henrique -, Lauro Campos o acusou de ceder aos interesses dos banqueiros internacionais e do Fundo Monetário Internacional (FMI), implementando políticas diametralmente opostas às que defendia antes de chegar ao poder.

Lauro Campos leu vários trechos de antigos pronunciamentos de Fernando Henrique, em que ele repudiava o arrocho salarial e as diretrizes econômicas impostas pelo FMI, chegando a ponto de propor o calote da dívida externa. Sublinhando as palavras de FHC - "o ponto de ruptura está à vista; devemos dizer ao FMI que não podemos e não vamos pagar a dívida" - Lauro Campos lembrou que, em 1983, o então senador Fernando Henrique considerava a dívida impossível de ser paga, mas, como governante, foi mais subserviente do que todos os outros.

O senador pelo Distrito Federal ironizou o fato de, há 17 anos, Fernando Henrique orgulhar-se, em um de seus discursos, de ter votado contra o Decreto-Lei 2.024, que dava aos salários uma reposição de apenas 80% da inflação.

- Agora, é o contrário: ele deve 80% de reposição salarial, e acha isso muito normal - afirmou Lauro Campos, alertando também contra a tentativa de perpetuar a política econômica, aprovando-se a independência do Banco Central e do Banco do Brasil.

Ainda citando o então senador Fernando Henrique, que em um de seus discursos combatia a corrupção e os crimes do colarinho branco, Lauro Campos lembrou as denúncias de que o presidente comprou votos de deputados por US$ 200 mil para garantir a reeleição. O senador defendeu, ainda, a proposta da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Departamento Inter-sindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), de um salário mínimo de mil reais.

28/11/2000

Agência Senado


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