Dirceu e Sarney discutem participação do PMDB no governo
O presidente do Senado, José Sarney, e o ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, reuniram-se nesta quarta-feira (dia 12) e deram início às conversações em torno da integração do PMDB à base do governo.
- Não entramos em detalhes, mas conversamos sobre a vontade majoritária do PMDB de integrar a base do governo. O governo está empenhado em realizar um pacto nacional e discutir como diminuir o desnível da sociedade brasileira e o PMDB não pode ficar fora disso - afirmou o presidente do Senado.
José Dirceu disse que não procurou o presidente do Senado para negociar cargos com o PMDB, mas ressaltou que o governo -quer e precisa do apoio do partido- no Congresso Nacional.
- Os acordos para a eleição dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados já indicam uma porta aberta para que o PMDB venha a integrar a base de apoio do governo - afirmou José Dirceu.
O ministro ainda lembrou que o presidente da República disse que a decisão sobre o valor do novo salário mínimo é política.
- Sabemos das limitações orçamentárias, mas a palavra final é do presidente - concluiu.
Sarney reafirmou que a principal reforma para o Congresso é a política e que já determinou o levantamento de todas as matérias em tramitação. Ele adiantou que pretende procurar o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo (PT-SP), para propor uma atuação conjunta das duas Casas nessa questão.
- Pretendo marcar minha passagem por aqui com a reforma política. Nossas instituições políticas são do século 19 e precisam ser modernizadas - explicou.
Em relação às demais reformas - tributária, previdenciária e do Judiciário -, Sarney disse que quanto antes forem encaminhadas pelo governo ao Congresso, melhor. Ele esclareceu que a reforma do Judiciário enfrenta um problema, pois o Senado foi renovado em dois terços.
- Propus a devolução da reforma para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de retornar ao Plenário - lembrou Sarney.
O presidente do Senado disse que não vê problemas em encaminhar todas as propostas ao mesmo tempo.
- Seria bom para o país esse debate político - afirmou.
12/02/2003
Agência Senado
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